09 - CHUVAS E SUAS DRÁSTICAS CONSEQUÊNCIAS. UM QUADRO MUITO CONHECIDO DE TODOS
Fernando Mauro Ribeiro
9 de jan. de 2022
4 min de leitura
Atualizado: 13 de jan. de 2022
“População ribeirinha sente-se ameaçada com as chuvas que não dão trégua”, seria essa a manchete dessa matéria. Com o decorrer dos dias, porém, as coisas tomaram uma proporção tal, que já não se pode falar de ameaças, mas de um enfrentamento real de toda essa gente. E não só os ribeirinhos, mas também cidades inteiras que foram tomadas pelas águas das intensas chuvas que, fizeram transbordar os rios trazendo desastrosas consequências para todos.
Há alguns dias, falávamos aqui, das dificuldades pelas quais passavam nossos irmãos baianos, em virtude das fortes chuvas que caíram no Estado, deixando 173 municípios em estado de alerta ou calamidade pública. Sabemos dos problemas que estão enfrentando com as perdas e que, demora-se um bom tempo para se reconstruir as cidades, para se recuperar as áreas devastadas e devolver às pessoas um mínimo de segurança. As autoridades civis estão se mobilizando, a classe artística está dando sua contribuição e espera-se uma ação mais efetiva do poder público, no sentido de amenizar a dor de tanta gente que, desolada, viram seus bens serem levados pelas águas e, o que é pior, superar a perda de familiares e amigos.
Como eu disse no primeiro parágrafo. É uma realidade o que está diante de nós, quando diante da tela da TV, nas redes sociais ou até mesmo, ao vivo, em tempo real, quando somos nós, os envolvidos, os afetados por essa situação que, em algumas cidades já são consideradas de calamidade pública. Muriaé, por exemplo, vive dias de tensão, vendo o nível do seu rio de mesmo nome, subir e ameaça-la com mais uma enchente. Contudo, ainda está sob controle. Mas são constantes os alertas da Defesa Civil para os riscos eminentes. O relato que se segue, diz respeito às fortes chuvas e suas consequências. Um quadro bastante conhecido de todos, principalmente nesse período do ano, quando as chuvas são mais intensas e os riscos maiores:
Ruas alagadas, rodovias interditadas, deslizamentos de encostas, rachaduras nas edificações com o excesso das águas, estruturas sólidas parcialmente interditadas, construções que desabam e causam mortes por soterramento, rios transbordando, invadindo as casas e levando consigo tudo o que veem pela frente, ruas totalmente alagadas que mais parecem rios caudalosos, pessoas resgatadas de barcos ou helicópteros, centenas de desabrigados, desalojados, transbordamento de taludes, rompimentos de barragens, como a Barragem de Pará de Minas, que está sendo monitorada e que é uma ameaça real. Por isso, as pessoas estão sendo retiradas da região, ou seja, nos sítios, no entorno da barragem já que, em caso de rompimento, a área urbana do município de Pará de Minas não será afetada.
As cenas se repetem: são moradores tentando salvar alguns pertences, colocando em risco suas vidas, crateras que se abrem nas rodovias, veículos sendo arrastados, o ir e vir de bombeiros no socorro das vítimas, a Defesa Civil fazendo alerta de que as chuvas continuarão, ruas e bairros alagados, áreas, onde só se vê apenas o telhado das casas, hospital alagado e pacientes sendo removidos para outras emergências e, uma avalanche de outros problemas.
São 138 distritos em situação de calamidade: no Vale do Jequitinhonha, região central do Estado, alcançando a Zona da Mata Mineira e também o Sul de Minas.
O trabalho intenso da Defesa Civil em relação do alto índice pluviométrico que coloca em risco a vida de tanta gente, e o que faz com que o trabalho da Defesa Civil, Polícia Miliar e Corpo de Bombeiros se intensifique. Seja em relação da retirada de pessoas das áreas de risco, ou o seu resgate de áreas já inundadas, seja para desobstruir as vias de acessos, que garantirão as pessoas em área de segurança. Os riscos geológicos são grandes e as cidades que são banhadas por algum rio, correm riscos maiores, já que as calhas desses rios que, represadas, não comportam a carga de água e tomam de assalto essas comunidades, surpreendendo os moradores.
Mencionar os municípios mais afetados, não vem ao caso, pois esse número aumenta, na medida que as chuvas não cessam. Mas o transbordamento de alguns rios, como o rio das Velhas, rio Piracicaba, Rio São João, rio Betim, rio Paraopeba, Ribeirão do Arruda e outros, muito contribuíram para o desassossego de tanta gente a enfrentar os transtornos.
A situação em todo o Estado de acordo com os esforços do Corpo de Bombeiros, só na região metropolitana de BH, recebeu mais de mil chamadas nas últimas 24 horas, onde há muitos pontos de alagamento.
Aqui, na Zona da Mata de Minas, o rio Pomba já invadiu algumas ruas da cidade de Cataguases. Os rios Muriaé, rio Glória e rio Preto, como já disse, deixam a população muriaeense apreensiva. O mapa tempo tem previsão de que as chuvas continuarão até na próxima terça-feira, o que pode causar prejuízos maiores à nossa região. Contudo, seguimos apostando que, basta as chuvas darem uma trégua, para que os riscos diminuam, as coisas se acertem e a vida volte ao “normal”. Somos otimistas, apostamos na generosidade do Senhor, nossa fé nos leva a crer tudo isso vai passar, me dizia, ontem, uma senhora, quando deixávamos a Matriz São Paulo, após a primeira Missa do dia. Que seja assim!
Fernando Mauro Ribeiro – baseado em jornais televisivos e radiofônicos
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