08–TEVE INÍCIO AS COROAÇÕES A NOSSA SENHORA, NA MATRIZ
- Fernando Mauro Ribeiro
- 8 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Na celebração da Santa Missa, desse domingo na Matriz São Sebastião, em Cachoeira Alegre, teve início as coroações a Nossa Senhora, uma homenagem que as crianças prestam a Virgem Maria e que se estenderão por todo o mês. Poucas crianças subiram ao pequenino, mas singelo altar para homenagear a Mãe de Jesus e nossa mãe.
Lembro-me de quando nossa Igreja-matriz, montava e decorava um enorme altar que, ficava repleto de anjos com ou sem asas, com suas belas vestimentas em tons azuis, rosa, branco e amarelo. Nossas crianças participavam dos ensaios, aprendiam os hinos e, todas cantavam.
Havia coroação todos os dias. Antes, porém, rezava-se o Terço Mariano, ao final o grande coral entoava a Ladainha de Nossa Senhora, em latim, ao som do harmônio. As crianças formavam a fila na porta principal da igreja, e orgulhosas se dirigiam para o belíssimo altar onde cheias de entusiasmo, cantavam o hino escolhido para aquela noite e ofertavam a palma, lírios, véu e concluía com um beijo na coroa que era depositada na fronte da Mãezinha do Céu.
Naquele momento, os sinos badalavam, os gogos de artifício subiam pelos ares e a banda de música tocava um belo dobrado. Para as crianças eram oferecidas sacolinha com deliciosos docinhos e bolo. A Praça São Sebastião ficava repleta de gente para arrematar as prendas do leilão.
Alguns anos depois, as coroações ocorriam, já com um número reduzido de crianças e o movimento das barraquinhas do Coelhinho, Pescaria, Argolas para laçar maçãs e maços de cigarros, o delicioso chocolate de Dona Zuleica, o serviço de Bar e as dedicatórias de músicas aconteciam somente nos fins de semana.
Hoje, apenas uma coroação aos domingos, sem sinos, sem banda, sem fogos e com pouquíssimas crianças – uma meia dúzia, talvez – Tantas vezes me perguntei: o que teria acontecido com nossas crianças, com nossas famílias, com nosso povo? Há evidentemente, uma série de fatores: a televisão roubou muito do nosso tempo, há aulas nas escolas também à noite... Não vou me estender mais, porque, como já disse, há “n” situações, mas é indiscutível, que o mundo está cada vez mais secularizado.
Uma breve reflexão sobre as leituras da celebração desse domingo, nos diz que: “É belo ouvir o Cristo nos dize: “Não se perturbe... Na casa de meu Pai há muitas moradas”. E ainda: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Jesus é a Vidas; suas atitudes, palavras, gestos e obras vêm do Pai. Ele se oferece a nós, por amor, para nos salvar.
Será que teríamos sido capazes de imaginar isso? Só Deus mesmo. Vivamos, pois, na verdade de Cristo, pois é nele que encontramos a vida verdadeira, a paz e a eternidade. E como pedras vivas no edifício espiritual da Igreja, ofereçamos ao Pai nossa decisão de partilhar, na força da esperança, um caminho solidário e missionário.
“Quando Deus habita no coração humano, a vida ganha outro sentido. Este é o anúncio que Jesus nos faz: Quem escolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Quem me ama, será amado pelo meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”.
Santo Agostinho nos lembra que “é preciso voltar-se para dentro da gente mesmo, pois a verdade mora em nosso interior”. A plena verdade é Deus. Deixemos que Ele more em nós.
Fernando Mauro Ribeiro
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