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08 - MLHERES EM EXTINÇÃO - Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 1 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Há um tipo de mulher que está em extinção. Mulheres do tipo de Noemi, esposa de Elimeleque e mãe de Marlom e Quiliom. O relato da história de sua família (no livro de Rute) começa dizendo que houve uma grande fome na terra, de forma que tiveram que se mudar de sua cidade natal para uma terra estranha. Deixaram para trás casa, bens, amigos, muitas histórias. Não vemos Noemi reclamando da vida em nenhum instante. Não significa que ela estivesse gostando da crise nem que estava animada com a mudança para as plagas de Moabe. Ainda assim, vemos esta mulher com uma atitude altruísta e cheia de fé. Mulheres que não reclamam da vida em hora de crise estão em extinção.

Noemi manteve-se equilibrada. Deve ter agido assim por saber que tal atitude seria necessária para que sua família pudesse permanecer em equilíbrio. Vemos nela uma atitude de quem confia que Deus está no controle. Uma das piores coisas diante de uma crise é a desordem emocional de alguém que deveria se manter firme. Imagino que Noemi sabia que gritos, bravatas conjugais e surtos intencionais só prejudicariam a paz do seio familiar. Mulheres que procuram manter o equilíbrio da família em todo o tempo, todos os momentos, estão em extinção.

O esposo tomou a decisão da mudança, afinal isso competia a ele, primeiramente. Ele tinha uma MISSÃO e Noemi entendeu que o seu papel era o da SUB MISSÃO (muitos não entendem o que isso significa). Noemi preparou tudo. Não a vemos em pé de guerra com ele, nem a flagramos discutindo coisas tolas, numa tentativa de frustrar os planos bem intencionados do cônjuge. Se concordava com tudo ou não, não sabemos.

O fato é que ela se pôs numa posição de ajudadora, não de rival. Não queria trazer mais tristeza e preocupação para Elimeleque que a essa altura estava com a cabeça cheia de inquietações. Não buscou também competir o amor de seus filhos, pois isso dividiria a família, colocando-os numa situação de cabo de guerra. Mulheres que entendem que seu papel é o da submissão estão em extinção.

A família se mudou para Moabe. Não bastasse toda crise instalada, a história nos conta que Noemi ficou viúva nesse tempo. E agora, o que faria essa mulher? Enclausurar-se-ia num quarto escuro, fazendo-se de vítima dos fatos? Sairia desesperadamente atrás de um substituto para Elimeleque? Nada disso. O texto dá sinais de que Noemi foi à luta. Não se entregou à depressão nem a decisões impensadas. Sabia que poderia casar-se novamente diante de sua viuvez, mas não fez dessa opção uma obrigação. Lutou heroicamente e terminou de criar seus filhos até que eles se casassem. Mulheres guerreiras que partem do luto para a luta estão em extinção.

Dez anos se passaram e mais uma vez Noemi foi coberta pela onda do luto infortúnio. Sem explicações, lemos que ela perdeu os seus dois filhos. Marlom e Quiliom. Que dor lancinante. Longe de sua terra, sem o marido e agora sem os dois filhos deveria resignar-se a viver sozinha. Mais uma vez, porém, vemos o valor dessa mulher. Noemi fora tão boa sogra que suas duas noras Orfa e Rute, as viúvas de seus filhos, insistiram em viver com ela até a morte. A Orfa, Noemi conseguiu dissuadir da ideia. Mas não foi assim com Rute.

As palavras de nora obstinada em amor por sua sogra soam até hoje, como uma das declarações mais fortes de fidelidade e lealdade. Disse Rute: “Não insistas comigo para que te abandones e deixe de seguir-te. Pois aonde quer que fores irei também; e onde quer que ficares, ali ficarei. O teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus. Onde quer que morreres, ali também morrerei e serei sepultada. Que o Senhor me castigue, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti! (Rute 1. 16-17). Mulheres que são tão boas sogras e que conseguem fazer de suas noras amigas inseparáveis estão em extinção.

Quem sabe, diante da história de Noemi, alguém entenda que é necessário repensar sua vida, suas atitudes. Ver que é possível parar de reclamar e agradecer. Ser uma esposa melhor, uma mãe mais equilibrada, uma sogra mais amável e, sobretudo alguém que confia mais em Deus, poderá fazer de você uma pessoa extraordinária. Afinal, mulheres assim estão em extinção. Pense nisso. Que Deus te abençoe.

Áquila Serra Cabral é teólogo e pastor da Primeira Igreja Batista de Muriaé.

 
 
 

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