Devemos ser um agente de transformação no mundo, devemos ser setas, espelho. Nosso corpo não é inimigo do Espírito que habita em nós, Ele é templo, o veículo, a ponte, o altar vivo onde o divino se manifesta, morada do sagrado, transbordamento do amor. Assim é que imagino ser o desejo de Deus.
Sabemos que Deus derrama “sobre todo ser humano” seu Espírito. Assim seriam e agiriam como seus filhos e filhas a profetizar seu Reino no mundo. Toda criação anseia ver-se livre, pelo Espírito, para se pôr a serviço da vida. Jesus, no templo, se anuncia como a fonte desse Espírito, na cruz, em sua glorificação: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba, aquele que crê em mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão de seu interior”. Jesus falava do Espírito que deveriam receber os que tivessem fé nele. Lá, “entregou o Espírito” e do peito traspassado, “imediatamente saiu sangue e água” (Jo, 19 30-34), o Espírito.
Às 09:00horas, do dia 08 de junho, estando a Igreja-matriz São Sebastião de Cachoeira Alegre repleta de fiéis para a celebração de Pentecostes, quando o coral entoou o canto de entrada: “Nós estamos aqui reunidos, como estavam em Jerusalém, pois só quando estamos unidos, é que o Espírito Santo vem. Ninguém para esse vento incessante, ninguém para e ele sopra onde quer. Força igual tem o Espírito, quando faz sua Igreja crescer...”
Nosso pároco, devidamente paramentado com a cor litúrgica para o momento, seis belos castiçais e flores compunham a ornamentação do altar - É oportuno observar que, em outros tempos, a ornamentação da igreja era mais ampla, com faixas na cor vermelha descendo do teto, destacando os Sete Dons do Espírito Santo, vasos de flores na entrada e no pátio da Igreja – e então, Pe. Márcio Nunes rezou a Antífona da Entrada, Iniciando a solene missa. - O Espírito do Senhor encheu a terra inteira; Ele que abrange todo o universo, conhece também toda palavra, aleluia. Iniciando a solene missa.
Com a solene celebração de Pentecostes, a Igreja encerra o Tempo Pascal que será sucedido pelo Tempo Comum e, em um dado momento, em algumas paróquias – ao final da missa, se dá o Rito do apagamento do Círio Pascal. Cerimônia que o padre Márcio optou por não realizar. Estamos reunidos em um mesmo lugar. Que o Espírito nos uma num só corpo, na solidariedade de seus membros, no arrojo para a missão de continuarmos nessa caminhada com Jesus.
Em sua homilia, Pe. Márcio disse: “É necessário permitirmos ao Espírito vencer em nós a insensibilidade ou frieza diante do próximo, ou pior ainda, nossa atitude malfeitora para com ele. É necessário renunciarmos a nós mesmos e assumirmos a cruz do amor-compaixão para com todos, pois, “a cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum”.
RITO DO APAGAMENTO DO CÍRIO PASCAL.
Não. Esse rito não foi realizado na celebração na Igreja-matriz, mas para conhecimento do belo momento litúrgico de nossa Igreja, vamos tecer um breve comentário:
Ao final da última missa do Tempo Pascal na Igreja-matriz, depois da Oração pós-Comunhão e os avisos paroquiais e antes da solene bênção final; o presidente da celebração dirige-se até o Círio Pascal, enquanto o Coral canta um cântico apropriado para o momento. Junto do Círio, depois do cântico, reza a oração:
- Cristo, luz do mundo, fonte eterna de vida e salvação, Senhor, Rei da Glória, permanecei em nós com vossa luz inefável. Ó Sol da justiça e amor sem fim, derramai sobre o vosso povo e sobre essa comunidade a força de vossa misericórdia. Dai-nos, pois, por vossa graça, permanecermos unidos a vós e entre nós, e assim vivermos constantemente sobre a vossa luz. Vós que sois a luz do mundo e reinais para sempre junto com o Pai e o Espírito Santo.
O presidente faz a vênia ao Círio Pascal, reza a antífona que se segue e apaga o Círio Pascal.
Ó luz dos meus olhos, doce senhor, defesa dos meus dias; iluminai Senhor o meu caminho, pois sois a esperança na longa noite. Ó chama viva da minha vida, Ó Deus, minha luz!
Depois de apagado o Círio, voltado para o povo, reza a oração:
Dignai-vos ó Cristo, acender as lâmpadas de nossa fé, e que elas refuljam em vosso templo e em cada um de nós. E assim, iluminados por vós, jamais nos desviemos de vossos caminhos. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo. Amém! Amém! Amém!
PENTECOSTES: ENTENDIMENTO E SABEDORIA
A Festa de Pentecostes marca os 50 dias da Ressurreição de Cristo, lembra o episódio em que Jesus sopra sobre os discípulos, o Espírito Santo e confia a eles a missão de levar a verdade ao mundo.
Pentecostes marcou o início da ação evangelizadora para que todas as nações e línguas tivessem acesso ao Evangelho e à Salvação mediante o poder do Espírito Santo de Deus.
Nessa celebração somos convidados e enviados para declarar ao mundo a presença do Espírito Santo. Um dia para evocarmos a efusão do Espírito Santo que renove a face da terra e aja com a mesma intensidade do acontecimento dos Atos dos Apóstolos sobre a Igreja, sobre todos os povos e nações.
Assim como o Espírito Santo pousou sobre os discípulos no dia de Pentecostes e os encheu de SI, esse mesmo Espírito quer repousar sobre nós e derramar os seus dons para que sejamos homens e mulheres incendiados pelo Espírito Santo.
Jesus pediu que os discípulos permanecessem reunidos e a promessa do Pai se cumpriu, eles ficaram completamente transformados! Os que tinham medo, receberam coragem, os que estavam tristes, ficaram alegres e os que não acreditavam, sentiram o poder do alto.
Tudo o que o Espírito Santo toca, é transformado; só não transforma aquilo que não queremos que Ele toque. É o Espírito santo que nos dá a fortaleza, pois muitas vezes, estamos caídos, fracos e precisamos pedir que nos ajude a vencer os desafios.
É confiando na sua ação transformadora que iremos juntos clamar para que possamos ser cheios do Espírito Santo.
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