Como temos noticiado aqui, desde o final de abril, com a morte do Santo Papa, a cadeira (ou trono) papal está vazia e, o mundo voltou os olhos para o Vaticano, vivendo a expectativa da eleição do novo Pontífice.
Passado o período dos preparativos para o sepultamento do Papa Francisco, vivendo o luto, celebrando missas em sufrágio de sua alma, o velório na Casa Santa Marta, como era seu desejo e um funeral simples, os milhares de pessoas que se enfileiraram para se despedirem do pastor; teve início o Conclave e também hoje, é grande o movimento na Praça de São Pedro, os católicos se reúnem em oração, repórteres de todo o mundo, a grande mídia esperam ansiosos para conhecerem o novo líder da Igreja Católica.
No entanto, a primeira votação terminou sem consenso: a fumaça preta subiu da chaminé da Capela Sistina, indicando que ainda não há Papa.
A fumaça escura é carregada de simbolismo – sinal de que os 133 cardeais reunidos não alcançaram os 2/3 dos votos necessários para eleger o 267º sucessor de São Pedro.
Mais votações estão previstas para os próximos dias. São até 4 rodadas por dia, até que a “fumaça branca” anuncie ao mundo: Habemus Papam.
O conclave segue em clima de expectativa e oração. Os nomes mais cotados continuam sendo Pietro Parolin (Itália), Luiz Antonio Tagle (Filipinas), Matteu Zuppi (Itália), entre outros.
A espera continua, até lá, o mundo aguarda a chegada de um novo pastor que guiará os rumos da Igreja em tempos de grandes desafios.
Pesquisa: Fernando Mauro Ribeiro
PARA MANTER O LEGADO DE FRANCISCO
Após duas semanas de debates, 133 cardeais entrarão hoje, na Capela Sistina para começar a eleger o novo Papa. Será o conclave mais global em dois milênios, com a presença de representantes de 71 países. O escolhido será o 267° Pontífice. Assumirá o lugar de Francisco que enfrentou resistências ao adotar forte discurso contra a desigualdade e tentar adaptar a Igreja Católica ao mundo contemporâneo.
Na última reunião antes do início do confinamento, cardeais defenderam ontem a necessidade de avançar com as reformas lideradas pelo Papa argentino. Citaram suas medidas contra abusos sexuais na Igreja, o saneamento das finanças no Vaticano e o esforço para interromper guerras e frear as mudanças climáticas.
Também se comprometeram em manter o Dia Mundial dos Pobres, iniciativa de Francisco para engajar católicos no combate à concentração de renda.
As falas indicaram a tendência de uma opção pela continuidade no conclave, embora não haja um claro herdeiro de Francisco. O Papa comandou a Igreja por 12 anos e nomeou 108 cardeais aptos a votar – o que equivale a 81% dos que escolherá seu sucessor.
Três italianos encabeçam as listas de favoritos dos vaticanistas: Pietro Parolin, de 70 anos; Matteu Zuppi, de 69 e Pierbattista Pizzaballa, de 60.
SETE BRASILEIROS VOTARÃO
Hoje, no mundo, há 252 cardeais, mas somente aqueles com até 80 anos estão aptos a votar no conclave, o que reduz o “colégio eleitoral” a 235. No entanto, dois não compareceram no Vaticano. Dos 133 que participarão, há sete brasileiros que ocupam cargos de arcebispo: Odilo Pedro Sherer, de São Paulo; João Braz de Aviz, emérito de Brasília; Orani João Tempesta, do Rio de Janeiro; Sérgio da Rocha, de Salvador; Leonardo Ulrich Steiner, de Manaus; Paulo César Costa, de Brasília e Jaime Splenger, de Porto Alegre.
Ontem à noite, antes de seguir para o confinamento na Casa de Santa Marta, o grupo rezou diante de uma bandeira do Brasil e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O único cardeal brasileiro que não votará, é Raimundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida (SP), que tem 88 anos. Em meio ao clima de campanha, ele garantiu que “ninguém quer ser Papa”.
Quem quer ser, é porque não sabe o tamanho da missão – disse, acrescentando que o resultado da eleição é imprevisível.
O conclave é uma caixa de surpresa. Há sempre uma surpresa no conclave. Só em alguns casos você percebe algumas coisas antes. No caso do Papa Francisco, não se previa. Ele era desconhecido.
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