07 – DO FILHO DESTE SOLO, ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA
Fernando Mauro Ribeiro
7 de set. de 2022
3 min de leitura
Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil. Há duzentos anos atrás, ouviu-se, às margens do rio do Ipiranga, o grito de liberdade, dado por Dom Pedro II, segundo nos relatam os livros de história do Brasil e, que aos poucos, vão desmistificando, como por exemplo: o rio não era rio, mas um córrego, não fora montado em um cavalo, mas num burrico e outras coisas que a meu ver, não diminuem o gesto de bravura de um povo.
O belíssimo quadro pintado pelo emérito pintor Pedro Américo, - um pintor a serviço de Dom Pedro – tem a intenção de retratar aquele momento emblemático, mas decisivo para o nosso futuro como nação. Pude ver o original em visita recente ao Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro. Lá estando em duradoura visita, pode ver outras exposições que, de certa forma, me encantaram, - a arte tem essa prerrogativa de causar estupefação, encantamento - mas, minha atenção esteve voltada para a história do Brasil.
Dom Pedro, Tereza (esposa) e Leopoldina, a Imperatriz, eram amantes da arte de uma forma muito ampla, como música, poesia, pintura, fotografia... Dom Pedro é quem mais foi retratado ao longo da história daqueles idos, e isso pode ser constatado ao visitar o M.H.N. Fiz, muitas fotos – onde me fora permitido, evidentemente – com a intenção de montar uma Exposição no segundo pavimento do Museu de Arte Sacra em Cachoeira Alegre – está em obras de restauro e adequação – para contar um pouco de nossa história, levar os alunos das escolas para uma visita e atrair também outros visitantes, posteriormente.
Vamos, pois, ao dia de hoje. Muriaé, não repetiu o feito de anos anteriores com o belo desfile cívico. Esperava-se que, nesse período pós-pandemia, tivéssemos um desfile como nos velhos tempos. Na verdade, não se pode dizer pós-pandemia, mas ao que se sabe, em todo o país, - até mesmo em algumas cidades da região - os desfiles, as aglomerações aconteceram. Nossa cidade, no entanto, justifica a não realização do desfile, com o argumento de que a pandemia ainda está aí.
Mas, tivemos um breve desfile, que poderíamos até mesmo chamar de um “desfile relâmpago”. Não entendi tamanha pressa. Encontro-me nas imediações com o amigo e ex-colega de jornal Silvan Alves, que fizera também a mesma observação: “Foi tudo muito rápido, quase que não consigo registrar para o site”, disse ele. “Fiz algumas fotos e posso ceder-lhes, caso queira”, eu disse. “Faço contato contigo”, concluiu ele, que seguiu em sua função de registrar os fatos.
Desfilaram apenas a Polícia Militar com sua frota de veículos, o Corpo de Bombeiros da mesma forma e, a corporação do TG, o Tiro de Guerra que saiu da Cel. Domiciano e encerrou próximo ao Posto Ana Cláudia, esquina com Afonso Canedo, uma apresentação curtíssima e rápida. Uma Banda de Música da cidade de Santa Margarida abrilhantou o evento, executando marchas e dobrados tradicionais.
A Lira Margaridense, exibiu também em seu repertório canções populares, com a conhecida música do grupo Raça Negra, “Cheia de Manias”, que muito agradou ao público presente. Houve o hasteamento das Bandeiras, seguido do pronunciamento do prefeito Dr. Marcos Guarino, também registramos uma manifestação em favor da Enfermagem, quando dezenas de profissionais da área, caminharam até próximo ao palanque, portando cartazes, reivindicando seus direitos.
Sete de setembro, é dia em que nosso Pavilhão Nacional deve estar no mais alto do mastro; dia em que os cidadãos e cidadãs se vestem de verde e amarelo, saem às ruas com a bandeira do Brasil, numa demonstração de patriotismo. Penso que é dever de cada um de nós, como cidadãos, prestigiar o desfile cívico, aplaudir a criançada e fazer despertar nelas o amor à Pátria, atitudes de civismo. Encerrando as festividades a Lira Margaridense, consciente de que “A música é celeste, divina e de tal beleza que encanta a alma”, executou o Hino: “Ó Minas Gerais” e seguiu marchando entre os aplausos do público.
E como na canção de Chico Buarque, interpretada pela saudosa Nara Leão: “... e para meu desencanto, o que era doce acabou, tudo tomou seu lugar, depois que a Banda passou. E cada qual no seu canto e em cada canto uma dor...” nesse ano, não deu tempo nem mesmo da moça feia debruçar na janela, pensando que a Banda tocava pra ela e nem a cidade toda se assanhou pra ver a Banda passar tocando coisas de amor.
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