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07 - DIA DO SILÊNCIO: BIOGRAFIA DE JOAQUIM RIBEIRO GOUVEIA

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 7 de mai. de 2023
  • 4 min de leitura

No dia sete de maio, comemora-se o Dia do Silêncio. Lembro-me de um artigo de Bento XVI, escrito em 24 de janeiro de 2012. A mensagem do pontífice em alusão à data mencionada, é publicada no dia de São Francisco de Sales, o padroeiro dos jornalistas; em que o Papa ressaltou o equilíbrio entre a palavra e o silêncio para que o processo humano de comunicação se estabeleça de forma integrada e, assim, tenha valor e significado.

Meu pai não se chamava José, mas muito se assemelhava com o pai adotivo de Jesus, inclusive, era um homem que sabia estabelecer o equilíbrio entre o silêncio e a palavra. Seu nome: Joaquim. Se não era José, era Joaquim, mesmo nome do pai da Virgem Maria e, nessa hierarquia bíblica, o sogro de José.

Mas, é importante nos atermos de que o silêncio não é ausência de comunicação, mas sim, um momento necessário para discernir a utilidade das abundantes informações disseminadas pelas mídias.

“Deus fala também, por meio do silêncio. A experiência da distância do Onipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, palavra encarnada. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio”.

Então, da mesma forma como Deus fala ao homem através do silêncio, também o homem descobre no silêncio um meio eficaz de falar de Deus e com Deus. Seu Joaquim, era um homem de Orar+Ação. Não faltava às missas e recitava o Santo Terço todos os dias. Fazia jejum e tinha suas devoções e cumpria alguns preceitos, como não comer carne às quartas feiras e no sábado. Devo a ele grande parte de minha educação na fé; pois com seu jeito um tanto silencioso, e suas atitudes me deu a conhecer o verdadeiro rosto de Deus Pai. Por isso, nesse dia, peço a sua permissão, para apresentar-lhes esse cidadão: Joaquim Ribeiro Gouvêa:

Nasceu no dia 18 de setembro de 1922, no Distrito de São Martinho, foi registrado no Cartório de Oficio Civil do Distrito de Providência, ambos pertencentes ao município de Leopoldina, MG. Com um ano e seis meses de idade mudou-se para Cachoeira Alegre e entregou seu coração à querida terrinha e a adotou como seu berço. Primeiro, morou na Guarita, na Fazenda Casa Grande, próxima à ponte.

Posteriormente, mudou-se para o Largo da Matriz, (vizinho à Casa Paroquial) morava com as tias Aurora, Isabel... em 1938, então com 16 anos, fica órfão de pai e, ao lado do irmão mais velho, assume a responsabilidade de cuidar da família de oito irmãos.

O testemunho na vida cristã e de Comunidade é muito importante, pois através dele se passa a mensagem do Evangelho. Se as palavras ajudam e comovem, o testemunho certamente produz grande efeito nos cristãos, pois está profundamente ligado à vida. Foi na Igreja-matriz São Sebastião que o menino Joaquim fez sua Primeira Eucaristia e recebeu o Sacramento do Crisma.

Em 1935, com 13 anos, Joaquim Ribeiro, começa a trabalhar como sacristão e auxilia o padre Messias na Casa Paroquial em algumas tarefas, como cortar e rachar lenha, fazer a limpeza do quintal, tratar e preparar o animal para o pároco realizar suas pequenas viagens a Bom Jesus da Cachoeira e Silveira Carvalho.


Aos 14 anos, ingressou na Irmandade de Nossa Senhora do Carmo. A Congregação Mariana de Cachoeira Alegre, fundada na década de 30, recebe em 1939, mais alguns membros e, conta com um total de 37 congregados. O jovem Joaquim era um deles. Aos 16, recebera das mãos de Padre Messias Passos, a Fita Azul e passa a cerrar as fileiras como soldado do Senhor, ao se integrar a Congregação Mariana de Cachoeira Alegre.

Em 1950, casa-se com Zuleica Ribeiro Rogel na Matriz São Paulo, em Muriaé e dessa união têm onze filhos que os educa na fé, ensinando-os com clareza a Palavra de Deus. Mas sobretudo, pelo exemplo, ensina-os também a trabalhar com ele nos seus mais diversos ofícios, e os ensina ainda, que o amor de Deus, não têm limite de tempo ou de espaço e, que a semente da fé deve ser regada frequentemente com a oração e Eucaristia.

Em 1980 o senhor Joaquim Ribeiro Gouveia fora eleito para o cargo de Administrador das Obras da Paróquia. Em 1981, inaugura-se sua primeira grande obra: a Alameda Joaquim de Assis, facilitando o acesso à Matriz com a construção das escadarias com seus ... espaçosos degraus.

Em outubro de 1981, um forte vendaval destrói nossa Igreja-matriz. No ano seguinte, lá estava ele com sua enxada removendo os escombros, preparando o local para a construção da nova matriz. Em 12 de outubro de 1987, dos escombros, surge a bela Matriz São Sebastião, de arquitetura moderna, (em forma de um teatro de arena) que acolhe centenas de fiéis para celebrar com júbilo aquele momento.

Ele sempre se envolveu com os eventos religiosos, sempre contribuiu com o esporte, os festejos folclóricos e a vida social de Cachoeira. Ainda hoje, aos 96 anos, com o mesmo carinho e atenção atende a todos no balcão da Mercearia São José, onde desde 1940 ensina a arte de fazer amigos.

Toda manhã, na Capela São Pedro, erguida em sua residência, ele reza com a esposa o Santo Terço. Você pode vê-lo também nas procissões da Semana Santa, do Padroeiro São Sebastião e outras. Mas há um local onde é assíduo frequentador: a Capela do Santíssimo e, sua presença pode ser notada na Matriz todo domingo pela manhã, onde testemunha sua fé, ao participar da Santa Eucaristia.

Ele é, com certeza, o mais antigo Congregado Mariano de Cachoeira Alegre e, provavelmente, o mais antigo congregado da Diocese de Leopoldina. A Congregação Mariana de Cachoeira Alegre tem a alegria de prestar-lhe esta singela homenagem.

Fernando M. Ribeiro

 
 
 

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