06 - OLIMPÍADAS 2024 EM PARIS: BRASIL E SUAS CONQUISTAS
Fernando Mauro Ribeiro
6 de ago. de 2024
4 min de leitura
E as olimpíadas seguem, as competições se sucedem, atletas sobem ao pódio, exibem suas medalhas, o orgulho de ver a bandeira de seu país a tremular, ouvir o Hino Nacional, os aplausos da plateia e a emoção que invade o pódio, o atleta, a torcida presente, o telespectador que é também torcedor vibrante; tudo isso, fica marcado para sempre. Mas, nos esquecemos daqueles que se frustraram com o “quase”, que se decepcionaram com um errinho bobo que roubaram-lhes a chance de medalha. A meu ver: estar nas Olimpíadas já é um privilégio e uma consagração, uma conquista.
Ser um medalhista olímpico, me parece ser o sonho de todo atleta, e é normal que seja assim. Tem que haver mesmo, essa ambição de se subir ao pódio, de ostentar no peito uma medalha olímpica, mas quando vejo os atletas desclassificados em sua modalidade, me dá uma pena enorme. Penso no esforço que fizeram para estarem ali, no desgaste dos horários, viagens, treinos. São quatro anos de extrema dedicação para verem seus sonhos desfeitos, de um dia para o outro. Contudo, a vida do atleta é mesmo essa, de empenhar-se ao máximo e acreditar sempre que valeu a pena.
Ouvindo o Hino Nacional Brasileiro, com seus versos, me detive em: “Gigante pela própria natureza...” Como não associar à menina Rebeca Andrade? - Atleta do Clube de Regatas Flamengo – E eu diria ainda mais: “és bela, impávido colosso e, se o seu presente espelha essa grandeza, menina adorável...” o que dirá do futuro dessa atleta!
O ÚLTIMO SOLO EM PARIS
É bom que não percamos a conta. Após a conquista do bronze por equipes, da prata no individual geral e da prata do solo, a brasileira - Atleta do Clube de Regatas Flamengo – hoje, entrou em ação mais uma vez, na Bercy Arena e tornou-se a maior medalhista do Brasil na história. Foi uma festa memorável; uma conquista gigantesca, um deslumbramento total, o que deixou-nos, brasileiros, orgulhosos de seus feitos.
É uma pena, mas talvez este poderá ter sido o último solo de Rebeca em eventos internacionais. A ginasta confirmou que daqui para frente não fará mais prova do individual geral, que soma a nota dos quatro aparelhos. Para ela, o solo é mais desgastante. – O solo consome. Toda vez que ela volta a trabalhar no tablado, sente dores. E é isso que ela não quer mais suportar. Não é só o cansaço físico, dói o joelho, dói o tendão. Esse aparelho exige mais. Eu sei, eu vejo como ela fica, o sofrimento que ela tem, diz o seu treinador.
NO SURFE, MEDINA E TATI CONQUISTAM MEDALHAS PARA O BRASIL
O Tricampeão Mundial Gabriel Medina, considerado um dos principais candidatos brasileiros ao ouro, já havia mostrado a razão de tanto favoritismo. No dia 30 – quarta-feira – dia em que as ondas em Teahupoo, no Taiti, mostraram toda sua força e periculosidade, o tricampeão mundial passeou nos tubos com a tranquilidade de quem caminha pela sala de casa. O brasileiro fez maior nota da modalidade em olimpíadas – 9,90 – num tubo espetacular conquistando a maior nota do surfe na história das olimpíadas.
Na disputa de hoje, quando buscava uma vaga para disputar o ouro, foi eliminado e disputou o bronze. Eu diria que o brasileiro foi eliminado pela natureza, uma vez que não havia ondas com o ímpeto suficiente para surfar com chances de conquistar uma boa pontuação que o alçasse à disputa do ouro. Vi na televisão, pequenas ondas, umas marolazinhas que não permitia ao surfista uma apresentação razoável. Ele esperava pela melhor onda, que não veio, e o vi ser eliminado por não conseguir a pontuação necessária.
Ora, meus amigos, se não há ondas, como surfar? E se não há onda, a culpa é do surfista? Penso que o regulamento deveria anular a bateria e remarcar para outro momento, quando houvesse ondas. Mas não entendo quase nada dessa modalidade, desconheço o regulamento e então, não há como contestar, como argumentar. Mas continuo afirmando que a culpa de não haver ondas não pode ser amputada ao atleta. Mas o Medina foi punido por não haver ondas. Logo, quem deveria responder por essa questão é a natureza, não acha? Mas o que aconteceu é que ocorreu foi que: o atleta disputou e conquistou a medalha de bronze.
A DESTEMIDA TATIANA GARANTE O PRIMEIRO PÓDIO PARA O SURFE FEMININO DO BRASIL
Em Teahupoo, Tatiana Weston Webb, entrou para a história da modalidade no país ao conquistar a primeira medalha olímpica do feminino. A gaúcha, nascida em Porto Alegre e criada na Ilha de Kauai, no Havaí; a surfista que em algum momento é chamada pelos amigos de havaúcha, - mistura de Havaí com gaúcha – de 28 anos, vem mostrando que acertou ao escolher em 2018, representar a bandeira verde e amarela.
O sucesso da brasileira não é novidade. Ela ganhou protagonismo ao ser vice-campeão do circuito Mundial em 2021. O destaque mais recente foi justamente na etapa de Teahupoo deste ano, quando conquistou a primeira nota 10 feminina na Polinésia Francesa. Fora experiência de quase dez anos no Circuito Mundial, a atual sétima colocada do ranking, é uma das surfistas mais destemidas do ranking.
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