A Igreja Católica celebra nessa data – 05 de fevereiro – a Festa de São Paulo Miki e seus companheiros. Como Igreja nos unimos a todos os cristãos da Ásia, celebrando São Paulo Miki e seus companheiros, que foram mártires, por causa do Evangelho. Eles bendiziam ao Senhor por serem dignos de testemunharem o Cristo pelo martírio, e nessa hora, tinham o rosto sereno e em paz. Quem sabe em quem acredita, não teme, nem mesmo na hora da morte. E nós, como vivemos a nossa fé? A matéria que verás a seguir, narra a história de São Paulo Miki e seus companheiros. Vejam:
São Francisco Xavier havia acabado de chegar ao Japão em 1549 com a finalidade de levar a luz do Evangelho aos moradores da Terra do Sol Nascente. Apesar das dificuldades encontradas, seus esforços não foram inúteis. Muitos acolheram a mensagem cristã, pedindo para serem batizados e a comunidade foi se tornando numerosa. Havia certa tolerância para com o cristianismo por parte dos governantes japoneses. Mas a partir da conquista das Filipinas e de outros territórios por parte dos espanhóis, em 1494, surgiu o temor de que o cristianismo favorecesse o cristianismo europeu.
Desencadeou-se então, uma feroz perseguição aos cristãos católicos: foram destruídas igrejas e um edital proibiu severamente a divulgação e prática da religião cristã. Aqui se insere a figura empolgante de Paulo Miki. Ele nasceu em Kioto, filho de um militar, membro da família de samurais de uma província de Harima. Batizado, foi crescendo e se encaminhado para formação em uma escola mantida pelos jesuítas.
O contato com os padres, despertou nele o desejo de entrar aos 22 anos nas fileiras da Companhia de Jesus. Desejava ser sacerdote, mas não havendo nenhum Bispo que o pudesse ordenar como presbítero na região de Fusai, dedicou-se à pregação. Tornou-se pregador ardoroso das verdades da fé. Mais tarde, foi ordenado sacerdote e o primeiro jesuíta de sua terra.
Entretanto, a perseguição contra os cristãos foi deflagrada e, a mando de Toyomi Hideyoshi, senhor feudal que conseguiu se impor como imperador, Paulo foi feito prisioneiro com outros 25 companheiros. Ele e o grupo formado por mais seis franciscanos, três jesuítas e 17 leigos, foram submetidos a humilhações e torturas. Entre estes últimos, havia catequistas, intérpretes, um soldado, um médico e três jovens.
A todos foi cortada a orelha esquerda, e ensanguentados, foram colocados numa carreta que os conduziu a um longo caminho com o objetivo de serem mostrados em várias cidades e povoados, em pleno inverno, com o intuito de por medo a quem quisesse ser cristão.
Foram finalmente levados a Nagasaki, e amarrados a cruzes. Foram mortos um a um, com golpes de lança. A localidade da crucificação, chamada de Colina de Nishizaka, ficou conhecida como Monte dos Mártires.
Paulo Miki, aos 35 anos, deu sua vida pela causa de Cristo. Ante de morrer, incentivou a todos a resistir proclamando que “o único caminha para a salvação é Jesus Cristo”. Era o dia 5 de fevereiro de 1597. Por causa do heroísmo demonstrado, São Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados em 1862, pelo Papa Pio IX, na Festa de Pentecostes.
Após essa perseguição o povo japonês passou 250 anos sem contato com a Igreja Católica, proibida de existir. Mas várias famílias continuaram a praticar a fé cristã, inspiradas no exemplo e no ensinamento de São Paulo Miki. Perseveraram na fé, na esperança de que um dia poderiam voltar a se manifestar seu cristianismo de maneira pública e permitida.
Fonte: Revista o Mílite – Frei Diogo Luis Fuitem, Franciscano Menos Conventual, Autor do Livro São Pio de Pietrelcina, servidor de Deus, com prefácio do Frei Sebastião Benito Quaglio
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