06 – MISSA DE PRIMEIRA SEXTA-FEIRA, PARÓQUIA SÃO MARCELINO, NO RIO
- Fernando Mauro Ribeiro
- 6 de dez. de 2024
- 5 min de leitura
Estou no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca - ou Barra Olímpica – como propôs o prefeito Eduardo Paes e foi aprovado pela Câmara Legislativa do Município. Acabo de chegar da Matriz São Marcelino de Champagnat, nessa Primeira Sexta-Feira de dezembro, consagrada ao Sagrado Coração de Jesus.
Cheguei mais cedo, onde rezei com os paroquianos o Terço da Misericórdia. É costume da Comunidade rezar o Terço antecedendo à Santa Missa e, como já aconteceu uma vez, desta feita, deram-me a incumbência de rezar uma dezena. Ao iniciar a celebração, na Procissão de Entrada, o Estandarte segue em frente, abrindo fileiras e é seguido pelos membros do Apostolado da Oração. Uma longa, mas belíssima celebração da Santa Missa presidida pelo Padre Núbio.
O Convite Celebrativo dizia: Afinar a vida com a vontade do Pai é construir firmeza, estabilidade, que um dia passará a ser eternidade-felicidade plena com Ele. Vamos topar?
A Antífona da Entrada: Estais perto, Senhor, e todos os vossos caminhos são verdades. Desde sempre conheci vossa Palavra porque existis eternamente.
Em sua homilia, o celebrante disse que Deus quer “uma cidade fortificada” para seu povo. Mas, antes precisa derrubar a “cidade orgulhosa”, e “ele derrubou deitando-a por terra, até fazê-la beijar o chão”. Disse também, das Doze Promessas do Sagrado Coração de Jesus. Veja:
AS 12 PROMESSAS DO CORAÇÃO DE JESUS
Décima segunda promessa: “Eu te prometo, na excessiva misericórdia de Meu Coração, que meu amor onipotente concederá a todos que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras de cada mês, seguidas a graça da penitencia final: não hão de morrer em minha desgraça, nem sem receber os Sacramentos, servindo-lhes Meu Coração de asilo seguro naquela última hora”.
Já falamos ao longo desses dias das onze promessas. Chegamos, pois, à última promessa desta coleção inspirada por Santa Margarida Maria. Certamente haveriam muitas outras promessas. Para descobri-las basta folhear as páginas da Bíblia ou da História. Como não lembrar da promessa feita ao Profeta Ezequiel: “Eis que vos darei um novo coração”. Ao longo do seu caminho Jesus prometeu vida em plenitude, o Pão que alimenta a alma, a Água Viva, a cura do corpo e do coração, o perdão... daria assunto para muitos artigos.
A décima segunda promessa é também conhecida como “A Grande Promessa”. Muitos até ignoram as outras onze. Seria, no mínimo, imprudente falar desta promessa sem ter falado das outras. É mais ou menos como entrar no meio de uma conversa. Corremos o risco de entender tudo errado ou de modo incompleto. Assim, muitas pessoas ao tomarem conhecimento da “grande promessa” a entendem de modo mágico, mecânico, automático. Não é nada disso. Esta promessa é uma pedagogia de conversão. É uma escola de salvação. É um exercício eficaz de mudança radical de vida.
Dito isto, vejamos o texto completo da promessa inspirada à Santa Margarida Maria “Eu te prometo, na excessiva misericórdia de Meu Coração, que meu amor onipotente concederá a todos que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras de cada mês, seguidas a graça da penitencia final: não hão de morrer em minha desgraça, nem sem receber os Sacramentos, servindo-lhes Meu Coração de asilo seguro naquela última hora”. Esta promessa foi feita numa sexta-feira de mais de 1688 durante a Comunhão, na Missa. A graça prometida é a mesma que pedimos cada vez que rezamos a Ave Maria: rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”.
Sabemos que é uma graça muito grande receber o Sacramento da Unção dos Enfermos nos momentos finais da vida. Tenho acompanhado algumas pessoas nestes momentos e posso afirmar que a certeza do céu transforma toda dor em alegria. Os devotos do Coração de Jesus têm esta garantia. Não morrerão sem o auxílio da misericórdia divina. Como será este auxilio não podemos prever. Deus tem seus caminhos. Ordinariamente deveria ser o Sacramento da unção dos enfermos e talvez até de uma boa Confissão. Mas, e no caso de uma morte inesperada]. Se era um grande devoto do Coração de Jesus. Tinha feito as nove sextas-feiras. O Senhor saberá muito bem como cumprir sua promessa.
É claro que este auxílio final não anula a nossa liberdade. Na hora “H” podemos dizer sim ou não. A promessa não elimina o nosso livre arbítrio. Mas, podemos ter a certeza de que haverá um olhar fixo em nossos olhos dizendo: deixa teus pecados e vem! Só teremos que dar este último passo. É claro que se não exercitarmos neste caminho durante toda a vida, na hora final podem faltar forças. O atleta vitorioso se constrói no exercício cotidiano, escondido e perseverante. É neste sentido que as condições da grande promessa na verdade são um exercício de conversão. O devoto deverá comungar durante nove primeiras sextas-feiras seguidas. Se faltar uma, deverá começar novamente. Não bastam oito, nem precisam ser dez.
A Comunhão deve ser feita em estado de graça. Para isso, será útil fazer uma boa Confissão antes de comungar. Devemos receber a Eucaristia com a intenção de cumprir a novena e de honrar o Sagrado Coração de Jesus. Uma última condição importante é o propósito de perseverar. Se alguém pensasse assim: “vou fazer as nove sextas-feiras, depois posso pecar à vontade”. Naturalmente esta novena seria inválida. Existem pessoas que se afastaram da Eucaristia. Vão de vez em quando à Missa. Já não conseguem se sentir membros da comunidade.
Talvez nem saibam o nome do padre de sua paróquia. Olham ao redor na Igreja e não conhecem ninguém. São os tais, “católicos não praticantes”. E como existem desses católicos por aí!!! É gente que só entra na igreja carregado: no dia do Batismo, nos braços da madrinha ou da mãe; no dia do casamento, levado pelo pai; no dia da morte... carregado pelos amigos. Como mudar esta situação]. Não basta ir à Igreja de vez em quando. Não é suficiente rezar de joelhos ao pé da cama. Um livro não vai ser o bastante. É preciso um exercício constante. Por isso o Coração de Jesus nos pede nove meses de intensa vida eucarística. É justamente o tempo que leva para uma criança nascer. Será o tempo necessário para nascer em você um homem novo, uma mulher renovada.
Somos todos atletas em preparação para a grande Olimpíada do Reino, onde a medalha de ouro é a salvação. Nove meses é o tempo mínimo de exercício para recuperar a forma. Sabe, estou lembrando agora do conselho de minha médica. Apareci por lá com o colesterol um pouco elevado. Ela me disse que preciso abandonar a vida sedentária e começar a fazer caminhadas diárias de pelo menos 40 minutos. Tentei argumentar dizendo que tinha um livro muito interessante para escrever e caminhando poderia perder algum tempo. Ela me olhou profundamente e disse: “Padre, quantos livros o senhor ainda pretende escrever em sua vida]. Respondi imediatamente: “Muitos, tenho muitas ideias”. Então ela encerrou a conversa: “comece a caminhar...” Entendi a mensagem. Por isso quero fazer um trato com você que termina a leitura destas páginas. Nem vou escrever a conclusão. Vou caminhar. E você, vai procurar um padre, fazer sua confissão e começar as nove sextas-feiras. Nos encontraremos no céu!
Ao final da celebração, Padre Núbio convidou o numeroso grupo do Apostolado da Oração a ir até ao Presbitério, onde posaram para uma foto.
Fernando Mauro Ribeiro
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