Caríssimos amigos e irmãos, que a Paz do senhor esteja com todos vocês. Para nós católicos brasileiros, quando ouvimos falar do mês de outubro, imediatamente vem ao nosso pensamento uma importante celebração: outubro é o mês de nossa Senhora Aparecida! A devoção à Virgem Maria, Mãe de Deus, é sem dúvida, um diferencial em nossa vida cristã, porque longe de desviar nossa atenção do Cristo, Ela nos integra no plano de Salvação proposto por Deus e realizado por seu Filho único, Jesus Cristo, que Se encarnou e veio ao mundo por meio d’Ela.
Nós celebramos as festas de Maria porque é Mãe de Deus, porque nos deu o Salvador. Foi Deus que, em sua infinita sabedoria e bondade, estabeleceu que a redenção da humanidade acontecesse por meio de Seu Filho único, nascido de uma Virgem. E a Virgem escolhida foi Maria. Ora, se Deus, o Senhor de todas as coisas, o Infinito e o Absoluto, não se envergonhou de escolher Maria, e A fez Cheia de Graça para ser a Mãe de Seu Filho, por que haveríamos nós, simples mortais, a recusar-nos a ter para com Ela uma devoção toda especial?
Nossa devoção a Maria deve fundamentar-se na inspiração de Suas virtudes e no seguimento de Cristo. Se nos inspirarmos na fidelidade de Maria, no amor a Deus e aos irmãos, com toda a certeza Ela nos apresentará e conduzirá pelos caminhos de Seu Filho Jesus. Ao lermos a Bíblia, os Evangelhos, nos mostram que Maria, como a primeira cristã, viveu as virtudes da Fé, da Esperança e da Caridade.
Antes de trazer o Filho de Deus em Seu seio, já O trazia no desejo de Seu coração, pois como mulher judia acreditava e esperava que Deus um dia enviaria o Messias. Como modelo de caridade, deixa sua casa e vai servir Isabel, Sua prima de idade avançada que está grávida, permanecendo com ela, os três meses finais (Lucas 1.36;56), e ainda estando presente com a Igreja que está nascendo e sendo perseguida (Atos 1,140.
Foi modelo de um olhar de fé e de esperança, sobretudo quando, na tormenta da Paixão do Filho, conservou no seu coração uma paixão total n’Ele e no Pai. Enquanto os discípulos envolvidos pelos acontecimentos, ficaram profundamente abandonados na sua fé, Maria, embora provada pelo sofrimento, permaneceu íntegra, na certeza de que se realizaria a predição de Jesus: “O Filho do Homem ... ao terceiro dia, ressuscitará” (Mateus 17.22.23).
Com este olhar de fé e de esperança, Maria encoraja a Igreja e os cristãos a cumprirem sempre a vontade do Pai, que nos foi manifestada por Cristo, e que, por meio de Sua intercessão, sejamos homens e mulheres da Fé, da Esperança e da Caridade.
Por esses e tantos outros motivos somos convidados a fortalecer e a atualizar nossa devoção à Virgem Maria, Ela que é Mãe e Mestra do nosso povo, modelo de simplicidade e acolhida aos planos de Deus e aos irmãos. Peçamos que Maria, a Mãe Aparecida continue a cuidar de nós, a olhar por nossos doentes e desempregados a olhar por todas as necessidades de nossa Pátria. Deus abençoe e guarde a todos.
Cardeal Orani João Tempesta – Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro
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