05 – OS MANDANTES DO ASSASSINATO DE MARIELLE E ANDERSON
Fernando Mauro Ribeiro
5 de abr. de 2024
3 min de leitura
Rivaldo Barbosa, Domingos e Chiquinho Brazão: supostos mandantes do assassinato de Marielle.
Não se pode dizer que está esclarecido porque há caminhos na justiça ainda a serem percorridos. Enquanto corre o processo, não se pode acusar esse trio de mandantes, porém está muito perto de se esclarecer para o Brasil quem são os mandantes do assassinato de Marielle Franco. Na cadeia, paramilitar afirma que Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro era um balcão de negócios.
Entregas de dinheiro dentro da delegacia, vazamentos de informações para investigados e inquéritos sabotados. Em depoimento prestado ao Ministério Público do Rio de Janeiro e gravado em vídeo, o miliciano Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando Curicica, acusou o ex-chefe de Polícia Civil Rivaldo Barbosa, preso por suposto envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, de ter transformado a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) num balcão de negócios.
Em 2018, ele afirmou a promotores que, na época em que esteve à frente da especializada, o delegado recebia propinas para não elucidar assassinatos cometidos pela contravenção e disse que chegou a vender um carro para pagar R$ 18 mil a Rivaldo e livrar a mulher de falsa acusação de posse ilegal de arma. “Houve uma busca e apreensão e foi achada uma pistola, só que eu não estava em casa. Eles fizeram contato comigo dizendo que iam botar a responsabilidade da arma na minha mulher”.
“Eles me pediram 20 mil reais para não imputarem à minha mulher a posse da arma. O Dr. Rivaldo. Na época, eu tinha uma Pálio preta; eu consegui vende-la por 18 mil e mandei o dinheiro para a DH. Esse dinheiro foi junto com o advogado. Ele nunca mais mexeu no inquérito que é de 2013 e está no sistema até hoje, sem solução”. Segundo Orlando, a corrupção na DHC se intensificou a partir de 2015, quando Rivaldo assumiu a direção da Divisão de Homicídios. “Ele passou a chefiar as três Delegacias de Homicídios do Estado”.
ENTREGA DE DINHEIRO DENTRO DA DHC
O miliciano afirmou que entregas de dinheiro provenientes da contravenção eram entregues mensalmente dentro da DHC. Orlando disse também que bicheiros faziam pagamentos de 30 mil reais mensais ao promotor – atualmente aposentado.
Homero das Neves Freitas Filhos, que atuava junto à DHC e foi o responsável pelo caso Marielle em seus primeiros seis meses. De acordo com o miliciano, ele e policiais sabotavam investigações. “Há vários casos em que o Dr. Homero atuava com o que eles chamavam de ‘enxugar o inquérito’”.
PRESOS RIVALDO BARBOSA E OS IRMÃOS CHIQUINHO E DOMINGOS BRAZÃO
A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) teve uma participação inesperada. Preso sob suspeita de ter mandado matar, ao lado do irmão Domingos Brazão (Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado) a vereadora Marielle Franco, o deputado Federal Chiquinho Brazão participou por videoconferência da reunião que seus colegas votariam o relatório de Darci de Mattos que recomenda a manutenção de sua detenção. Três parlamentares pediram vista, e a decisão fo0i adiada. Na transmissão, ele se defendeu da acusação: “A gente tinha um ótimo relacionamento”!
Com o pedido pôde ser votado naquele dia, na CCJ. A prisão de qualquer deputado federal tem que ser referendada pela Câmara. Só após passar pela comissão, o presidente da Casa, Arthur Lira vai marcar uma data para o relatório ir a plenário.
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