05 - RIO, CIDADE MARAVILHOSA, CORAÇÃO DO MEU BRASIL
Fernando Mauro Ribeiro
5 de fev. de 2023
4 min de leitura
Atualizado: 9 de fev. de 2023
Por que que o jornal fala mais do Rio de Janeiro do que de Belo Horizonte, nossa capital? Indagou-me outro dia, um assíduo leitor desse nosso informativo. Vamos por parte: De fato é Belo Horizonte a nossa capital, da qual me orgulhos, que tem também suas riquezas, as belezas arquitetônicas, uma vida cultural muito diversificada, e na medida do possível, falamos aqui, dessas nuances, como recentemente abordamos os Blocos Carnavalescos que tornam a capital de Minas num dos melhores carnavais de rua.
Mas é sabido que nós, mineirinhos da Zona da Mata Mineira, estamos distantes da capital e não a visitamos com a frequência de que gostaríamos. Enquanto que, a proximidade com o Rio de Janeiro nos faz frequentadores do Maracanã, torcedores de Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo. Muitas vezes, optamos por assistir a bons espetáculos no Rio. O Carnaval do Rio por exemplo é um dos maiores espetáculos da Terra.
Particularmente, o Rio me seduz. Digo sem nenhum constrangimento de que é uma cidade que me fascina a cada dia. Sou frequentador do Rio há mais de 40 anos, e a cidade ainda me surpreende. Ultimamente, tenho ido ao Rio, ainda com mais constância, e sempre a cidade me leva para lugares ainda não visitados por mim. E olha que quando lá estou, sou um aventureiro. Gosto da noite: teatro, casas de espetáculos, cinemas, bons shows, praias, Igrejas, Museus e os pontos turísticos mais requisitados da cidade – Corcovado, Praia e Morro da Urca, o Bondinho, dependurado em cabos de aço para se chegar ao Pão de Açúcar, Aterro do Flamengo, Marina da Glória, Feira Literária no Rio Centro, o MAM Museu de Arte Moderna, o belíssimo prédio do CCBB (Centro Cultural Banco Do Brasil) e suas múltiplas opções de cultura.
A imponente Igreja da Candelária onde me confessei com Pe. Cipriano, visitei outras dependências, passei pela Sacristia e fui convidado a estar no presbitério para fazer uma das leituras da celebração da Santa Missa, daquele dia, Quadras de Escolas de Samba – a Estação Primeira de Mangueira, o mundo de alegria e um universo de história em verde e rosa - já visitei algumas vezes, a Passarela do Samba, a Cidade das Artes, Teatro Municipal, Biblioteca Nacional onde adquiri postais do Rio Antigo e lá permaneci em pesquisa por seis horas ininterruptas, a Igreja do Outeiro da Glória, (cenário dos casamentos das primeiras novelas global), Cerimônia da Paixão de Cristo nos Arcos da Lapa, O Bondinho de Santa Tereza, a tradicionalíssima Confeitaria Colombo, a Catedral Metropolitana na Avenida Chile, de onde saí com uma multidão de fiéis, em procissão com a imagem de São Sebastião até ao bairro da Glória, a sede do Flamengo na Gávea, O Centro de Treinamento George Helal – CT Ninho do Urubu em Vargem Grande, o CFC Centro de Treinamento e Museu do Zico, São Januário, General Severiano.
A Torre Rio Sul, o extinto Canecão (Casa de shows por onde passou a história da MPB), Metropolitan no inesquecível show de Milton Nascimento “Os tambores de Minas”, o Imperator e outras tantas casas noturnas, o Porto Maravilha, o Museu do Amanhã, a Cidade Olímpica 9ª poucos metros do apartamento da namorada); os aeroportos Galeão, (Tom Jobim) e Santos Dumont) que me acolhem quando em viagens por esse Brasil gigante ou pelo exterior. Isso é um pouco do que o Rio se nos oferece.
Indiscutivelmente, o Rio é imbatível. Em outros tempos, eu perambulava pelas ruas do Rio e assistia a peças teatrais durante o dia no Projeto Onze e Meia no Teatro João Caetano na Praça Tiradentes, a preços populares. E a arquitetura do Teatro Carlos Gomes na mesma praça? Eu circulava pelas ruas e avenidas do Centro a garimpar discos de vinil. O Saara onde se vai pra comprar barato, onde se encontra de tudo nas muitas lojas de grandes filas principalmente nas datas especiais como Natal, Dia das Crianças, Carnaval... eu fazia a pé aquele quadrilátero definido pela Praça Pio X (Candelária), Avenida Rio Branco, Rua da Assembleia e pela Rua Primeiro de Março.
Ainda outro dia, fazíamos um tour por ali, Maiza e eu, depois de visitar o Museu Histórico Nacional, “A Casa do Brasil”, Exposições na Casa da Moeda, Igreja de São Sebastião na Rua Primeiro de Março, o “Paço Imperial”, uma apresentação: “Música Antiga da Colônia do Império, na Sala dos Archeiros na Praça XV, uma estátua em homenagem a Mariele Franco e outros locais. Nessa incursão pelo centro, lembro que comentei do quase abandono a que foi relegada as ruas daquele entorno. Casarões fechados, dezenas de lojas com as portas cerradas, imóveis com placas de “vende-se”, moradores de rua deitados nas calçadas e portas desses antigos prédios. E para surpresa minha, vi ontem, a seguinte reportagem:
INCENTIVO PARA MAIS VIDA E ARTE NO CENTRO
O intenso fluxo de pedestres contrasta com as portas de aço fechadas, que exibem cartazes com anúncio de aluguel ou venda de imóveis. O cenário se tornou comum no centro do Rio, e são muitas as lojas que deixaram de funcionar. Para tentar estimular a abertura desses estabelecimentos e acelerar a revitalização do bairro, a Prefeitura do Rio, lançou ontem, um programa que promete subsidiar os aluguéis da área que acima chamei de quadrilátero, delimitado pela Praça Pio X (Candelária), Avenida Rio Branco, Rua da Assembleia e pela Rua Primeiro de Março.
Pelo programa, todas as ruas dentro desse perímetro, serão contempladas com uma ajuda paga pelo município, no valor de R$ 75 por metro quadrado alugado. O incentivo vale até o limite de 192 metros quadrados por imóvel com negócios que sejam voltados para o setor artístico-cultural. No caso do benefício máximo, o valor transferido pelos cofres públicos chegará a R$ 14,4 mil para cada proprietário que se inscrever no edital divulgado ontem.
Escolhemos trechos do centro que sempre tiveram vocação comercial e estão ociosos. Queremos oferecer estímulos para reativar atividades, inclusive com ateliês e ações ligadas à área artística e cultural, disse o prefeito Eduardo Paes. (extra.globo.com)
Aí está uma situação que, mesmo não sendo morador do Rio, mas que tendo passado grande parte dos meus dias na cidade – embora seja em Jacarepaguá – ao circular por essa região, onde outrora perambulava de férias, e no final da tarde tomava um chope por ali, num daqueles barzinhos, observei que estava um tanto abandonado e que algo precisava fazer para revitalizar o local, - mesmo que fosse pelo poder público - uma pintura nos casarões por exemplo, já mudaria o cenário.
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