Qualquer um que acessar as redes sociais, principalmente, nesses dias de Copa do Mundo de Clubes de Futebol, vai constatar a presença maciça de torcedores rubro-negros na terra de Tio Sam. A torcida promoveu mais uma vez, o Aero-Fla. Numa demonstração de que o Mengão é Campeão de terra e mar, havia também, barcos singrando mares fluminenses com sus bandeiras desfraldadas. E olha que a festa se estendeu até aos Estados Unidos, contagiando muita gente pelo mundo. A festa que essa galera está fazendo, mesmo depois de o clube ser eliminado da competição, não está escrito em nenhum manual do futebol. Os torcedores aplaudiram o time após a derrota para o Bayer de Munique porque entenderam o posicionamento e o empenho da equipe, e, evidentemente, em nome da paixão pelo clube.
Não nos esqueçamos que em outras ocasiões, o elenco seria execrado, vaiado no estádio e em sua chegada ao Galeão no Rio. É uma demonstração de gratidão. Espera aê! Mas os atletas são bem remunerados para desempenharem bem o seu papel. Então, nada mais justo que eles se empenhem dentro de campo! Pondera, um antigo Fernando Fanático que, torcia, se contorcia e sofria com o Flamengo. Hoje, sabemos que são outros tempos, que as coisas não são bem assim. Recebem sim, cifras milionárias e muitas vezes, não entregam o que podem pelo clube. Digo isso me referindo também a outras agremiações e seus atletas.
No entanto, não foi o que vimos nessa competição. Assistimos – para quem assistiu - aos jogos, testemunhando o empenho, a dedicação, a garra que tanto caracteriza esse clube, o amor à camisa, a identificação e a paixão avassaladora de um atleta, quando veste o manto rubro-negro. Para sua maioria, é a realização de um sonho, jogar no Flamengo, estar ali, ser parte dessa história, dessa festa, dessa nação.
Fernando Mauro Ribeiro
CLUBE PROMOVE IMERSÃO E ATRAÇÃO PARA DIVULGAR A MARCA PELO MUNDO.
Antes de levar Zico, seu maior ídolo, à Casa Flamengo, em Orlando, local do jogo do dia 24-06, contra o Los Angeles FC, o clube já tem feito uma imersão nos Estados Unidos para promover novas ações, relações e buscar informações para novas iniciativas. O trabalho de internacionalização da marca, passa pela participação destacada do time na Copa do Mundo de Clubes, quando foi o primeiro brasileiro a se classificar em primeiro lugar e pelo papel fundamental de seu torcedor. – Internacionalização de marca é isso. Você vem jogar o Mundial, joga bem, e o mundo inteiro sabe quem você é. Agora, todos sabem quem é o clube com a maior torcida do planeta - disse o presidente Luiz Eduardo Baptista.
ISSO AQUI É FLAMENGO
Dono da maior torcida do Brasil, o clube encantou a Fifa fisicamente e no digital, área em que é destaque mundial. Houve promoções nas redes da entidade em publicações em parceria com o perfil em inglês do Flamengo.
O Eagles, time de futebol americano da Filadélfia, também ficou impactado com o torcedor que foi ao Lincoln Financial Field e promoveu ações como troca de camisas. Dirigentes aproveitaram a passagem pelo local das duas primeiras partidas para buscar referências de ações de marketing para o Maracanã.
CASA FLAMENGO
Na Casa Flamengo, a ideia é outra: promover um acesso democrático ao torcedor que chega do Brasil para ver o time, mas também para os brasileiros que vivem nos Estados Unidos. Embaixador do clube recém-empossado, Zico foi a principal atração.
- Vi os jogos na Filadélfia, foram jogos maravilhosos, além da festa da torcida que foi fundamental naquela virada (contra Chelsea). Isso demonstra como é importante conhecer e saber o que é vestir a camisa do Flamengo – afirmou Zico, elogiando o formato do torneio da Fifa: Foi uma grande iniciativa, tem que seguir em frente, mas de 4 em 4 anos, para não atrapalhar o calendário dos clubes nos países. É um confronto entre todos os continentes, mínimo de três jogos e tem uma visibilidade para o mundo todo – completou o Galinho, que brincou ao dizer que brigaria por um título com a geração de 1981.
É Fake! Após rigorosa apuração, confirmei que é fake que a Disney esteja planejando, após o sucesso da torcida do Flamengo, substituir o Mickey Mouse pelo Nestor, o amigo urubu do Zé Carioca.
Mas a verdade é que as cores e os símbolos rubro-negros estão em alta após o fim da primeira fase. Num grupo de quatro times, foram cinco torcidas nos estádios, juntas e misturadas: brasileiras, inglesas, os tunisianos com sua roupa da guarda do Vaticano (umas simpatias) os americanos (poucos) do Los Angeles e os mexicanos, torcedores do Léon que apareceram para protestar contra a Fifa e sua retirada arbitrária do torneio. Dizem que vão torcer pelo Flamengo agora.
Os mexicanos estavam nas arquibancadas de Orlando, o antigo Tangerina Bowl, mítico estádio inaugurado em 1936 que abriga futebol americano universitário e que já havia sediado jogos da Holanda, na Copa de 1994.
A fase de grupos para o Flamengo foi como subira escadaria do Rock Balboa, chegamos saltitando e socando o ar. Só que agora vem o Drago. O Bayern de Munique é alto, forte e mal encarado como o lutador lourão dos filmes de Stallone, com ainda mais punch e recursos tecnológicos.
É um Kassler duríssimo de roer, mas não há rivalidade até agora, entre Flamengo e o campeão alemão, eles já nos haviam, inclusive, cedido a máscara facial do Rafinha em 2019. A expectativa por tal duelo, contudo, vem de longe. Eles sonham nos enfrentar num Mundial há quase 50 anos. E foi por pouco. Em 1981 o Bayer foi eliminado pelo Lyverpool num jogaço em Munique (1x1) Gols de Rummenigge e Ray Kennedy. O time inglês só avançou por ter feito gol fora de casa, após 0x0 na primeira partida. Em seguida, o Liverpool despachou o Real Madri na final, e depois sambou em Tóquio.
Quer dizer: os alemães sabem que escaparam de uma boa, mas prometem agora, virem mais alertas. Jogamos em casa. Orlando lembra bem a Barra da Tijuca, só tem menos placas em inglês. De carro de lá para cá, por vezes, cruzamos com outras tribos que n os saúdam com berros de “Flamengo”! Há por perto, um campeonato de vôlei americano e um torneio nacional entre atendentes de bar.
Pergunto a um deles se há malabarismos no torneio, mas ele quase fecha a cara – os critérios são agilidade, qualidade e eficiência. É só o que esperamos do Flamengo nas oitavas.
Fechamos as malas, zarpamos para o aeroporto. É hora de regressar ao Brasil, quitar as crianças e dar um beijo nos boletos. O sistema de som chama: “Mr. Dunlop, last call...” embarco, ou fico? Se houver uma próxima crônica é porque fiquei. O Flamengo é assim, capaz de derrotar até o nosso bom senso. “Mr. Dunlop, last call...”
Observação: Essa crônica foi publicada em 26 de junho. Como sabes, deu ruim para o Flamengo e o colunista Dunlop, retornou para beijar os boletos e quitar as crianças.
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