04 – HOMEM ATROPELA, MATA E DEBOCHA DA VÍTIMA, DIZENDO: É MENOS UM QUE FAZ O ‘L’.
- Fernando Mauro Ribeiro
- 4 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Viver é um desafio. Quantas vezes já ouvimos ou mesmo dizemos isso. Mas, eu diria que, principalmente, nos últimos tempos, viver estar cada vez mais desafiador. Li uma matéria, num jornal carioca, ontem, em que o atropelador debochou da vítima e postou nas redes sociais. É isso, mesmo: o motorista que atropelou ambulante, provocou vítima que agonizava sob o carro.
A família do ambulante Matheus Campos Silva pretende entregar amanhã à Polícia Civil de São Paulo imagens que devem mudar o rumo das investigações da morte do ambulante de 21 anos, atropelado há uma semana em um viaduto, no centro de São Paulo. O caso ganhou repercussão por causa da atitude do motorista que atingiu a vítima.
Christopher Rodrigues, de 27 anos, gravou vídeos em que ironizou o atropelamento e as pessoas que tentaram socorrer Matheus, alegando que o ambulante havia roubado um celular. As imagens que os parentes de Matheus querem entregar foram publicadas pelo próprio Christopher, num grupo de motoristas de aplicativo de São Paulo, em que estão duas pessoas da família do ambulante. Na gravação o motorista questiona Matheus agonizando, deitado debaixo do carro, depois de ser atropelado:
E aí, comédia, vai roubar trabalhador, vai roubar? Não vai sair daí, não, até chegar a polícia. Matheus consegue mexer com os dedos fazendo sinal negativo e diz “não” várias vezes. Meu irmão implora para ser retirado e ele debocha da morte dele, enquanto meu irmão estava todo machucado, com poli traumatismo, lutando pela vida. Por que não está preso? A gente não criou bandido – questiona Paloma Campos, de 28 anos.
No dia da morte de Matheus, Christopher publicou nas redes sociais vídeos sobre o atropelamento do ambulante, dizendo que era “menos um fazendo o L”, em alusão ao gesto feito pelos eleitores do presidente Lula. Paloma conta que seu irmão caçula morava com a mãe, que sofre de doença renal e precisa fazer hemodiálise. Que ele havia parado de estudar na 8ª série e que trabalhava vendendo balas na rua.
As irmãs souberam do atropelamento no velório. Até então, achavam que a morte tivesse ocorrido quando ele trabalhava, por acidente. O irmão estava morto no hospital como indigente, tratado como se fosse morador de rua, e pior ainda, como bandido. O delegado falou que foi só acidente. Quer dizer: a vida das pessoas não vale nada? A pessoa que atropela ainda faz vídeo e posta nas redes sociais e ninguém vai fazer nada? E está posando de herói? Que mundo é esse que enaltece uma pessoa que matou a outra e ainda se vangloria disso? – diz a irmã.
Segundo ela, a família foi a delegacia entregar a cópia das imagens, mas o delegado de plantão não atendeu. O advogado Walisson, ex-morador de rua, disse que se sensibilizou ao saber do caso e ofereceu seus serviços sem cobrar honorários.
NA TERRA IANOMÂMI, FORAM ENCONTRADOS MAIS OITO CADÁVERES COM MARCAS DE TIROS.
A Polícia Federal encontrou mais oito corpos na Terra Ianomâmi, em Roraima. No local, um indígena havia sido morto. A suspeita é de que os corpos sejam de garimpeiros. Segundo a Polícia Federal, os cadáveres tinham marcas de tiros e flechadas.
Arthur Leal, Carla Rocha, Letícia Messias e Paulo Assad – brasil@oglobo.com.br
VOCÊ VAI FICAR QUIETINHA SENÃO EU VOU TE MATAR
Vítima de estupro relata ameaças e diz que policial usou cocaína na viatura.
MÃE REGISTRA QUEXA CONTRA PROFESSORA EM CASO DE RACISMO.
A aluna foi chamada de “macaca preta” por um coleguinha de turma da mesma idade. Sua reação foi se trancar no banheiro e chorar. Depois disso, começou a evitar o colégio. A mãe diz não culpar o menino por entender que ele também foi vítima, por possivelmente, ter reproduzido o comportamento racista de pessoas adultas que o cercam. O que mais a revoltou foi a forma como a professora conduziu a situação. Ela repreendeu o menino dizendo que ele não podia chamar a coleguinha de “macaca preta” porque ele também era preto e apenas “um pouco mais claro” que ela.
OBS: Os jornais estão repletos de notícias desse tipo todos os dias. É apenas uma nota para denunciar essas situações absurdas e levar-nos a uma reflexão, na certeza de que o mundo pode ser melhor. E para concluir esse artigo, busco auxilio em Leoni Kaseff que diz: “Nem mesmo toda ciência do homem lhe bastaria para conhecer a extensão de sua ignorância”.
Fernando Mauro Ribeiro
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