04 - CONVERSANDO COM GILSON VIERA O INTÉRPRETE DE CASINHA BRANCA
Fernando Mauro Ribeiro
4 de set. de 2024
4 min de leitura
Nesse mês, comemoramos algumas datas ligadas à comunicação, como o Dia do Radialista, Dia da Radiodifusão, Dia da Imprensa, Dia do frevo, Dia do Teatro e outras.
Revendo minha discoteca, com seus 1.138 discos de vinil, me detive em um disco do cantor Gilson – autor, ao lado de Joran, da inesquecível canção, Casinha Branca - uma canção que marcou época, foi tema de novela da TV Globo e esteve por muito tempo no topo da Parada de Sucesso.
Estive, já há algum tempo, em visita ao Rancho da amiga radialista Giani Carla, onde entrevistei o recém-chegado Gilson Vieira da Silva, ou apenas Gilson, como ficara conhecido e consagrado nacionalmente, com suas canções. Desde então, o artista reside no local de onde sai para se apresentar em eventos. Sendo o moço da área da comunicação, resolvi prestar-lhes uma homenagem, publicando trechos dessa entrevista:
Novo Tempo: Quem é Gilson?
Gilson: Sou o cantor e compositor Gilson Vieira da Silva, ou simplesmente, Gilson, nasci em Macau Rio Grande do Norte. Aos 11 anos tem início minha trajetória na música.
Novo Tempo: Ainda muito jovem, né. Profissionalmente isso se deu quando?
Gilson: Como cantor e músico profissional surgiu em 1978 e o reconhecimento pelo grande público ocorreu a partir de 1979, através de meu primeiro sucesso, "Casinha Branca".
Novo Tempo: Foi um sucesso retumbante, fale um pouco disso.
Gilson: A canção fez parte da trilha sonora da novela Marrom Glacê, da Rede Globo, ficou quase um ano nas paradas de sucesso.
Novo Tempo: Você marcou presença nos programas de auditório da época. Como foi essa experiência?
Gilson: É diferente de estar no palco de uma Casa de shows, ou cantar para uma multidão nas Feiras Agropecuárias e outros grandes eventos. Mas é muito gratificante porque estamos entrando na casa das pessoas, seja através do Rádio ou TV. Lembro que foi a música de maior execução nas rádios de todo o país, com regravações no Brasil e no exterior, vendagem de mais de 500 mil cópias – disco de Ouro e Platina.
Novo Tempo: Teve também “Andorinha” que fez parte da trilha de Cabocla. Particularmente gosto muito dessa canção.
Gilson:Teve sim, ainda várias outras obras constando nas trilhas de novelas. Além de Cabocla ("Andorinha"), Olhai os Lírios do Campo ("Chuva"), Plumas e Paetês ("A Mesma Porta"), Ti, ti, ti ("Não Diga Nada"), Brilhante ("Old Photografe"), versão de “Casinha Branca” em Inglês, por Jim Capaldi. Novo Tempo: Quando lançou o segundo disco? Fale-nos de sua trajetória, a partir daí.
Gilson: Em 1981 lancei “Vitrine”, meu segundo disco, com várias de minhas composições.
Novo Tempo: Você é também um compositor bastante requisitado, né!
Gilson: Entre 1982 e 1986 me firmei como compositor, na voz de vários e consagrados intérpretes, como: Adriana, Ronnie Von, Trem da Alegria, Vanderléia, Rose Mary, Bozo, Jayne, Cátia, Conrado, Martinha, Vanusa, Renato e Seus Blue Caps, Carmen Silva, Rouxinol & Sabiá, Ovelha e Wando.
Novo Tempo: Mas há outros artistas como por exemplo, Emílio Santiago que gravou e fez muito sucesso com “Verdade Chinesa”.
Gilson: É verdade. Emílio Santiago estourou nas paradas de sucesso no ano de 1990 com "Verdade Chinesa". Mas, antes, em 1987 assinei o grande sucesso da cantora Adriana ("I Love You Baby") e de José Augusto ("Fim de Solidão").
Novo Tempo: Roberto Carlos também gravou uma composição sua, tenho esse disco em minha discoteca.
Gilson: Em 1988 Roberto Carlos incluiu em seu repertório, pela primeira vez, uma música de minha autoria, "Um Mais Um".
Novo Tempo: Gilson é sinônimo de sucesso.
Gilson: Tive a felicidade de ser gravado por grandes artistas. Em 1988 Peninha gravou "Seu Jeito de Amar", o segundo maior sucesso de sua carreira. Conrado chegou às paradas de sucesso com "Encontro Casual', e Wando gravou "Favo de Mel". No ano de 1989 gravei "Nossa História de Amor", grande sucesso em todas as rádios do Brasil. Esta música também assinou o meu terceiro disco, que abriu caminho para novas gravações de minhas obras, na voz de nomes de grande projeção na música popular. Adriana gravou "Tá Combinado Assim".
Novo Tempo: Outras músicas foram gravadas por outros artistas de expressão nacional. Olhos de luar, é um grande sucesso nas vozes de Crystian e Ralf. Meu irmão mais velho, gosta muito dessa canção, ele diz que o título já é uma poesia.
Gilson: Entre 1991 e 1996 escrevi sucessos como "Olhos de Luar", com Crystian e Ralf – "Lesões Corporais", "Tá Tudo Errado". "Cadê Juízo" e "Dilema", com Emílio Santiago – "Não Diga Nada", com Só Pra Contrariar; "Meu Amor", com Razão Brasileira – "Fingindo Amar", com Joana – "Sítio da Vovó", com Sandy & Junior – "Casinha Branca" e "Doce Safadeza", com Maria Creuza – "Carícias e Beijos", com João Mineiro & Marciano.
Novo Tempo: A vida segue e Gilson continua compondo para outros artistas, não é mesmo?
Gilson: Na segunda metade da década de 90 tive gravadas várias de minhas composições: "É Demais", sucesso em todo o país, com Negritude Jr – "Viola Caipira", com Gian e Giovane – "Pra Ficar Contigo", tema da novela A Indomada, com Maurício Mattar – "Faz de Conta" e "Quando Você Voltar", com Emílio Santiago e "Dois Caracóis", com Wando.
Novo Tempo: Atualmente residindo no campo, Zona Rural da Mata Mineira, é uma forma de buscar inspiração para escrever?
Gilson: Continuo compondo. Estamos no século XXI e mantenho um grande número de composições. As canções estão aí, nas vozes de grandes nomes da MPB, como o saudoso Emílio Santiago e Hebe Camargo, na voz inconfundível de Alcione, dentre outros.
Esse é Gilson: Produtor, compositor e cantor, Gilson assinou seu nome em trabalhos de estilos variados, também gospel, deixando sua marca de romantismo e sutileza em todos eles. Gilson vive atualmente na paz da bucólica Boa Família, distrito de Muriaé.
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