"Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”.
Estas palavras são pronunciadas solenemente, por toda a Igreja na Sexta-feira Santa, na celebração da adoração da Cruz, no momento mais sublime de devoção ao Santo Madeiro. Na Igreja-matriz São Sebastião, em Cachoeira Alegre, algumas vezes, fui eu quem pronunciou tais palavras e foi o responsável pelo descerramento da Cruz, quando se entra pelo corredor central da igreja e se pronuncia por três vezes – cantando esse texto – à medida que se vai retirando o tecido de cor vermelha até descobrir totalmente o madeiro. Na sequência, acessa-se o presbitério, se ajoelha e toda a assembleia faz o mesmo. Depois, a Cruz despida do tecido é apresentada aos fiéis que em procissão vão beijá-la.
Isso acontecia em virtude da ausência de um sacerdote para celebrar esse momento. Cabia então aos ministros realizá-la e então, cabia-me essa função. Da mesma forma, no Sábado Santo, eu cantava também a Ladainha de Todos os Santos e, mesmo quando havia um sacerdote, ele me dava tal incumbência e eu a realizava com muito gosto.
No ato litúrgico da Sexta-Feira Santa está simbolizada a relação do mistério da Cruz no decorrer dos séculos. O mistério da Cruz está presente em toda a história da salvação. A Cruz foi prefigurada no Antigo Testamento e concretizada na vida de Jesus” (Raniero Cantalamessa – O Poder da Cruz).
A cruz é o maior símbolo da nossa fé. Ela recorda o sacrifício redentor de Jesus. É desse mistério salvífico que advém a devoção ao precioso Sangue que emana da Cruz, o Sangue precioso de Jesus.
Diz São João Crisóstomo: “Queres compreender mais profundamente o poder deste Sangue? Repare de onde começou a correr e de que fonte brotou.”
A Associação do Senhor Jesus, desde 2002, vive uma grande experiência de devoção ao Sangue precioso de Jesus. A devoção às Mãos Ensanguentadas de Jesus, brota do mistério da Cruz, graça tão abundante que tem transformado muitos corações.
A invocação do Sangue redentor de Jesus que se faz presente no sacrifício eucarístico, é o Sangue que tem poder para curar, libertar, realizar milagres e nos libertar de toda a culpa.
O Sangue de Jesus é o preço do nosso resgate, penhor de salvação e de vida eterna. Iluminados pelos Livros Sagrados e da doutrina dos padres e doutores da Igreja, reflita no valor superabundante e infinito desse Sangue preciosíssimo, do qual uma só gota pode salvar o mundo todo de toda culpa”. (São João XXIII).
O sinal do “Sangue” derramado é um ato de condescendência divina à nossa condição humana. Deus escolheu o sinal do Sangue, porque nenhum outro sinal é tão eloquente para indicar o envolvimento total da pessoa.
Nesse tempo de tantas graças recebidas, é justo que ao Sangue de Jesus sejam tributadas homenagens de adoração e gratidão por todos nós que fomos regenerados nas suas ondas salutares.
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