03 - SEIS ANOS SEM RESPOSTA. É TEMPO DEMAIS PARA A DOR, A SAUDADE, A JUSTIÇA
Fernando Mauro Ribeiro
22 de abr. de 2024
2 min de leitura
Seis anos da morte de Marielle: manifestantes fizeram caminhada até a escadaria da Câmara
Em meados de março, nós noticiamos aqui: CASO MARIELLE ENVIADO AO SUPREMO TRIBUNAL. O envio do inquérito para o STF indica que haveria um suspeito com direito a foro privilegiado. Na ocasião, a Ministra – irmã de Marielle – se emocionou ao falar do caso. Em um ato, em memória de Marielle e Anderson o que se viu, foram pedidos de justiça pelas famílias das vítimas e pela presença de mães de moradores de favelas que morreram em operações policiais.
A ministra de Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, com a voz embargada, lamentou mais um ano sem saber quem é o mandante da morte da vereadora e repudiou a violência política, de gênero e de raça. Uma missa também relembrou os seis anos das mortes de Marielle e Anderson.
Não é normal um jovem negro sendo assassinado a cada 23 minutos no país, uma mulher ser violentada a cada seis horas. A gente não aguenta mais lutar e não ter respostas. Para além de família e irmã de Marielle, a minha fala é de indignação por a gente ter um país extremamente dividido e que zomba dos mortos.
A democracia brasileira precisa de uma resposta para as mulheres que se colocam corajosamente nesse lugar – declarou, emocionada Anielle. Pela manhã, a família e os amigos de Marielle e Anderson participaram de uma missa na Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, no centro do Rio.
Ao lado da estátua da vereadora, a mãe de Marielle, Marinete, disse que essa data é a celebração da vida, mas também um dia de dor. – É mais um dia de luta, a celebração da luta, um dia de dor, mas também de resistência. São seis anos de dor, seis anos de buscas e espera. Ter o nome dos mandantes é fundamental para nós – declarou Marinete.
TALVEZ EU ESTIVESSE LUTANDO SOZINHA
A viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus, também se manifestou ao lado da família da vereadora: - Hoje eu olho para estes cartazes desses mortos por violência do estado e penso que se o Anderson não estivesse com Marielle, talvez ele seria um desses que estão há 20, 30 anos sem resposta de quem matou e sem responsabilizar os culpados. Talvez eu estivesse lutando sozinha. A gente tem que se indignar muito mais e todo dia – disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre o caso: Vamos seguir incansáveis na luta por justiça. A filha de Marielle, Luyara Santos, fez questão de destacar que a família vai continuar lutando por justiça. Seis anos é tempo demais. É tempo demais para dor, saudade e para a justiça – desabafou.
Paola Serra, Vera Araújo, Renata Agostine, Camila Araújo e Karolini Bandeira – granderio@oglobo.co.br
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