03 – DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA
- Fernando Mauro Ribeiro
- 3 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Nesse período pós Bolsonaro – lá se foram cinco meses – fala-se muito das redes sociais das quais o ex-presidente é grande usuário e do efeito dos meios de comunicação. O público não é uma unidade estática, folha em branco na qual se imprime o que se quiser. A meu ver, a comunicação dá-se em quatro instâncias: Mimétrica, Empática, reflexiva e Libertária, conforme o grau de consciência crítica do receptor e de suas motivações ou resistências para receber as mensagens.
MIMÉTRICA – Instância primária: É a tendência a aceitar, a incorporar, a repartir, modas, gostos, comportamentos e opiniões emitidas pela mídia. É bem frequente. Caracteriza-se pela coincidência entre o que é emitido e o repertório conceitual e sensível do receptor.
EMPÁTICA – Instância mais profunda. Transmite-se pelos condutos da sensibilidade receptiva, quando coincide com a emitida. Transmite-se também através de mecanismos mais complexos e profundos, o mecanismo simpático por exemplo, levando o receptor a “pensar com o coração”. O close up da TV (sempre emotivo), e o som estereofônico do rádio, ajudaram a expansão da instância empática.
REFLEXIVA – Exige graus crescentes de cidadania e e de leitura crítica por parte do receptor. Conduz à reflexão sobre si mesmo, o modo de receber comunicação e sobre as características ideológicas e psicológicas do material emitido. É o ponto no qual o receptor iguala-se ao emissor no conhecimento dos processos e habilidades intelectuais. Pode e deve ser desenvolvida nas escolas, nos centros comunitários acadêmicos etc e, resiste aos principais mecanismos de manipulação utilizados (mercantil, estatal, ideológico, partido-partidário, populista etc), a maior parte da humanidade não adquiriu.
LIBERTÁRIA – Esta instância não convoca apenas a razão e o pensamento independente e, a consciente, como a instancia anterior. Vai adiante: convoca as características mais profundas e agônicas do ser humano: as éticas, as judicativas, a visão e mundo, a escala de finalidades de uma vida. É o ponto no qual o receptor pode ser mais forte do que o emissor.
Fernando M. Ribeiro – baseado em artigo de Artur da Távola
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