03 – . CONSERVATÓRIA, CIDADE DA POESIA, DA MÚSICA, DA SERESTA...
Fernando Mauro Ribeiro
3 de set. de 2024
3 min de leitura
Como acredito que devemos dividir com os demais aquilo que nos agrada, nos envolve e encanta, procuro passar através desse periódico, um pouco de minhas viagens, as descobertas, onde experimentamos a culinária local, fazemos novos amigos, mergulhamos na história da cidade, vivemos a arte e a cultura com muita música, serestas e seresteiros, poesias, serenatas e solaratas, visitas aos Museus, grandes shows com artistas consagrados, música ao vivo nos barzinhos e restaurantes, visita às antigas e encatadoras Fazendas da região, a Cachaçaria, a Fabrica de Chocolate, a Ponte dos Arcos, o Túnel que chora, Mirante da Serra da Beleza – uma vista deslumbrante da Serra da Mantiqueira - Pousadas e Hotéis aconchegantes e outros pontos turísticos que só mesmo visitando Conservatória é que se descobre.
Não constava, por exemplo, no pacote de viagem, visitas a alguns lugares icônicos. Veja:
Tive a felicidade de me encontrar com o casal Maria Alvarina e João Andrade, ambos escritores, verdadeiros artistas que além de me apresentar parte de seu rico acervo, visitamos também o Ateliê “Conservatória na Arte do Fogo”, onde ela, através de sua pintura registra no tempo e nos espaço a evolução de Conservatória, de ontem e de hoje, já dispersa na memória, mas presente nas pinceladas onde se misturam as cores, luzes, sombras,emoções, alegrias e o amor que faz de Conservatória um Pedacinho do Céu.
Embora eu tenha visitados todos esses pontos turísticos, pude vê-los retratados através da arte da talentosa Maria Alvarina em belos quadros: a Estação Ferroviária, O Túnel que chora, a Igreja de Santo Antônio, a Ponte dos Arcos, a Locomotiva e outros tantos.
Nota-se também, quando se conversa com a artista, a preocupação em resgatar e preservar o patrimônio cultural já existente, registrando nas pinturas, fachadas, portas, telhados, paisagens lembradas, reinventadas, imaginadas que são os pontos principais do trabalho do Ateliê.
O casal nos convidou – Maiza e eu – para um cafezinho em sua residência, onde falamos de seus livros, o trabalho no Ateliê e, ousado que sou, pedi um orçamento para um quadro pintado em porcelana, onde se retrataria a antiga Matriz São Sebastião – extinta que foi, com o forte vendaval de 1981, deixando só os escombros. Essa obra seria exposta no Museu de Arte Sacra de Cachoeira, para que as novas gerações que não conheceram, possam admirar.
“Enquanto o tempo é um jogo,
No vai e vem da memória,
O Ateliê Arte do Fogo,
Conserva Conservatória,
escreveu Eduardo Toledo .
Ali, se encontra a história de amor, glória e apogeu de Conservatória. Ali, se passeia pelo mundo da poesia, dos poetas, dos seresteiros e serestas. Ah, um passeio pelo Túnel que chora. Igreja Matriz, Casa Paroquial, Praça Getúlio Vargas, Estação Ferroviária, Ponte dos Arcos, Caminhos para Valença, Balneário João Raposo, Cachoeira da India, Locomotiva 2006, Museu da Seresta, Museu Vicente Celestino, Casa do Poeta, Recanto do Artista, Restaurante Do-Re-Mi, as Pousadas e Hotéis. No Ateliê de Maria Alvarina encontra-se essa história de amor, glória e apogeu de Conservatória.
A Ponte dos Arcos, retratada por ela, em belos quadros, de ângulos diversos, é uma obra surpreendente. Foi construída por Pedro Carlos da Silva com a mão de obra escrava. Cento e cinquenta (150) escravos, divididos em dois grupos de 75, trabalharam em dois turnos, ao longo de seis meses na construção. Sem nenhuma ferragem, nem cimento, concreto... apenas com enormes pedras de encaixe a obra é para ser admirada. Em cima, passava os pesados trens cargueiros e de passageiros, em baixo, foram traçadas duas pistas que passam sob dois de seus arcos numa frenética movimentação da malha viária. A obra é inaugurada em 15 de agosto de 1884.
No dia de sua inauguração, o responsavel pela grandiosidade da obra, se pôs no alto dessa ponte, cuja altura mede 12 metros, no momento em que a pesada locomotiva passava sobre ela, diante das autoridades presentes ao evento. No entanto, a ponte começou a dar estalos, provocados pelo peso da máquina. Impressionado com o que ouvira, imaginando que a ponte desabaria, se jogou lá do alto, vindo a falecer. O barulho que se ouvira era apenas as pedras se ajustando. Nada do que temera aconteceu. A ponte permanece intacta e uma vida se foi.
Imperdíveis os shows de Juliana Maia no Teatro Sonata em dois espetáculos. A apresentação que faz, cantando Elis Regina é arrebatadora.
E a apresentação de Ronaldinho do Cavaquinho o mestre do cavaquinho se apresenta cantando chorinho no espaço Cultural Valdir Azevedo.
Visite Conservatória e confira tudo isso! Boa Viagem!
Comentários