02 - PARABÉNS AO FLUMINENSE, CAMPEÃO CARIOCA - NO TEATRO BELMIRA VILAS BOAS, UM BOM ESPETÁCULO
Fernando Mauro Ribeiro
2 de abr. de 2022
4 min de leitura
Não é Fake não. É a mais absoluta verdade: o Fluminense é Campeão carioca de 2022. Sabem os leitores que não assisto aos jogos. Logo, sou a pessoa menos indicada para falar de futebol, principalmente num jornal, onde serei lido por dezenas, centenas de pessoas. Mas, costumo comentar, com base no que vejo e ouço, posteriormente aos jogos.
Estava na fila do Teatro Belmira Vilas Boas – já havia adquirido o ingresso pela manhã – esperando encerrar a apresentação das 18:00 horas, para assistir ao espetáculo que teria início às 20:00, mas que só aconteceu às 20:45 horas. Embora não tenha um comportamento britânico em relação a horários, procuro no máximo não me atrasar para os meus compromissos, por isso, não gosto de atrasos. Mas, vamos aos fatos: Comecei a ouvir alguns fogos que pareciam distantes, um tempo depois surgiram alguns veículos buzinando, no final do cortejo de nove veículos, uma bandeira do tricolor carioca e os gritos de campeão. Ainda na fila, disse para um casal que me pareceu interessado no resultado do jogo. O placar foi 1 a 1 e com esse resultado o Fluminense é o campeão carioca já que venceu o primeiro duelo por 2 a 0. De máscaras, - as máscaras camuflam, escondem, não permitem ler, o que seria revelado sem elas - não pude entender bem a reação do casal, mas me pareceu contentes com o que eu disse.
Sim, eu estava com a namorada, quando ouvimos ao longe, uns poucos fogos e então verifiquei no celular o resultado da partida, que dera o título ao tricolor das Laranjeiras e pude assim, informar ao referido casal. Agora, em casa, faço a seguinte análise: O Fluminense é pai do Flamengo. É sabido que o time da Gávea surgiu de dissidentes do Fluminense. E como pai, é seu dever corrigir o filho. Então, esse título, veio como uma correção a esse filho que anda cheio de soberba, orgulhoso de si, que se diz invencível e, que preguiçoso, não quer trabalhar. Mas quer ganhar, receber altos salários, sentar-se à mesa, regalar-se e não produzir eficazmente o que se espera de um filho, que é empenho, determinação, coragem, ousadia e vontade de vencer na vida!
A correção deve vir sempre seguida de uma punição. Não que o pai deseje, mas porque é necessário que assim se faça para ver se coloca o filho novamente nos trilhos do sucesso, com disposição para o trabalho. Porque sem lutas não há vitórias. É do trabalho árduo que se colhe os frutos. Parabéns e, obrigado papai- Fluminense, que o vosso filho aprenda a lição!
A pequenina em número, mas, grande de entusiastas tricolores, a carreata passou e as portas do teatro foram abertas. A peça: Morada, Morada, fala de relacionamentos familiares, crises entre seus membros, falta de diálogo entre as partes, a monotonia entre o casal... de forma lúdica sim, mas bem costurada com bons textos e belas canções do saudoso Belchior. Não sou crítico de arte, mas penso que se poderia tirar um pouco mais dos artistas, para nos servir, em cena um pouco mais de humor.
Entendo que não se trata de uma comédia “rasgada”. Mas sei também, que se pode rir até mesmo de uma dor, de um drama, de situações dramáticas se extrai também um pouco de humor, sem que comprometa a mensagem que se deseja passar. Não sabemos que a alegria e tristeza caminham juntas, que riso e dor andam de mãos dadas? Então, por que não permitir essa troca, essa brincadeira em cena? Achei o grupo “Afoita Teatro” de São João del Rei, esforçado. Eu diria que, também talentoso. É evidente, que uns sobressaem mais, mas, todos, a meu ver, deram sua contribuição. Talvez, tenha faltado um diretor mais exigente, mais atento. Vi erros de marcação em cena, de posicionamento no palco – atores falando de costas para o público – o serviço de som do teatro não lhes favoreceu, embora a acústica da casa seja excelente. Falta, quem sabe, corrigir pequenos erros para que o espetáculo cresça e ganhe o público, para verdadeiramente merecer os aplausos finais.
A peça se encerrou, sem que muitos espectadores se dessem conta disso. As cortinas não foram utilizadas, os atores não se colocaram diante do público para receber e agradecer os aplausos. Terminou com o elenco servindo no palco, um café e bolo quentinhos na noite que parecia quente, mas no bom ar condicionado estava agradável e, se fez fria de fato, com a chuvinha que nos surpreendeu quando saímos do teatro.
Parabéns ao elenco, cumprimentei e parabenizei uma atriz que me serviu um pedacinho de bolo e xícara de café e fui verdadeiro em minhas palavras. Mas estou certo de que o grupo pode oferecer-nos muito mais que um cafezinho, se se ativer a alguns detalhes que fazem o espetáculo crescer e criar expectativas na plateia, produzir uma pitadinha de humor que arranque risos do grande público.
Depois de assistir ao espetáculo no teatro e confirmar o espetáculo do Fluminense no Maracanã, fomos, Zezé Pires, Maiza e eu, à casa de Ivone, amiga de viagem – esposa do catedrático professor e escritor Luiz Gonzaga da Silva – que gentilmente nos convidou, nos recebeu, propôs um vinho, refresco, ou refrigerante, apresentou-nos a casa – já a conhecia de um encontro que tive com o professor, quando apresentei-lhe o projeto do primeiro livro – mas, agradecidos, aceitamos chocolate e passamos um bom tempo entre as fotos da viagem a Dubai e a biblioteca do mestre Luiz Gonzaga.
Já em casa, quando faço esses registros, dei uma rápida espiadinha nas redes sociais e, um rubro-negro dizia que o Fluminense jogou melhor que na primeira partida da decisão e que mereceu o título. Agora, também com o aval de mais um rubro-negro: Parabéns tricolores pela conquista!
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