O Carnaval é uma festa popular que acontece todo ano, em data móvel e que pé conhecida como a principal festividade do Brasil. Há quem diga que é o maior espetáculo da terra. Surgiu na Europa, antecedendo a Quaresma, e espalhou-se por diversas partes do mundo. Essa festa foi trazida aqui pelos portugueses durante o período da colonização. Apesar do forte secularismo presente no Carnaval, a festa é tradicionalmente ligada ao catolicismo, uma vez que sua realização antecede a Quaresma.
Há quem defina o Carnaval como a Festa da carne. E tradicionalmente, o Carnaval tem como seu principal ponto a ideia de subversão da ordem, na qual as coisas deixam de ser como são, para temporariamente, assumirem seu inverso. Trata-se de um período no qual as pessoas entregam-se às festas e aos prazeres carnais, para em seguida, iniciarem a Quaresma.
É evidente que há os abusos, os excessos em alguns desfiles nas passarelas do samba de todo o país, nos blocos e, a Igreja discorda desse tipo de comportamento e está sempre atenta a essa realidade. Por isso, ela se incomoda com as celebrações depravadas, nos exorta para os perigos da Festa de Momo, não condena a alegria, o lazer, mas denuncia os abusos. Por isso, resolveu ressignificar a festa, relacionando-a ao jejum que ocorre durante a Quaresma.
Sua origem vem do latim carnis levale, que significa “retirar a carne”. Outras traduções trazem: “canem levare” e significa afastar-se da carne. Na época a festa era chamada de “carnelevarium”, depois de “carnevale” no italiano e com o tempo chegou ao “Carnaval” que nós conhecemos. Muita gente entende o Carnaval à sua maneira. Sempre gostei da festa, desde garoto brinquei carnaval na minha pequenina Cachoeira Alegre e, desde então o vejo como o momento perfeito para reunir os amigos, vestir fantasias e sair nos blocos. Blocos esse, que sempre existiram.
Na minha terra, o mais tradicional deles era o Bloco dos Esfarrapados. No início dos anos setenta, surgiu o Bloco “Eu te amo meu Brasil” onde as meninas se vestiam de verde e amarelo; posteriormente, o Bloco das Piranhas – homens vestidos e maquiados como mulheres.
A TRADIÇÃO DO CARNAVAL EM CACHOEIRA
Certamente há alguém que se lembre ainda dos carnavais no salão do belíssimo palacete do Barão, a residência do Barão Antonio Teodoro da Silva?
Alguém se lembrará da Cabana do Carlindo, na rua Padre Nonato? Um pouco da minha infância está lá. Foi meu primeiro carnaval.
E o amplo salão do Mário Soares, espaço de memoráveis carnavais e outros eventos como peças teatrais pela Cia. de Dança da professora Maria de Lourdes Rodrigues?
Também o Barracão do Tõe Sapateiro, na Boca da Ponte, de onde saía o Bloco com a Mulher Fantasma que impressionava as crianças por sua estatura, o Boi pintadinho e as Mulinhas?
O salão – antiga residência do sr. Janir Dias – onde posteriormente funcionou a Lanchonete Garcia? Bons carnavais aconteceram ali.
E o Clube dos Operários, na rua Padre Messias Passos? Lá, havia baile todo sábado, ao som das discoteques e em fevereiro era o Carnaval que imperava. Naquele tempo já se via belas fantasias em meio aos foliões usando camisas de clubes de futebol.
Também na rua Padre Messias, o Salão São João marcou época com suas noites dançantes e carnavais.
A Lanchonete Cê Ki Sabe, é o berço da Escola de Samba Unidos de Cachoeira Alegre que inaugurou um novo tempo em se tratando de cultura e lazer em Cachoeira Alegre.
A Cabana Flamengo, no antigo Parque de Exposições, registrou momentos de glória na terrinha ao realizar quatro grandes bailes de Carnaval ao som do sax de Geraldo Muriço e Cia.
O Jupter Clube, realizou apena um baile carnavalesco com a Banda Asas de Arara. Uma organização do Chiquito Raposo. Mas, o JUCCA (Jupter Clube Cachoeirense) era imbatível em seus eventos. Quantas super Bandas já subiram ao palco do nosso clube!
OS GRANDES DESFILES DA UNIDOS DE CACHOEIRA
Lúcia Martins protagonizou um dos momentos mais fortes do carnaval de Cachoeira com os impagáveis desfiles da “Azul e Branco”, escola de samba que ela fundou e fez desfilar pelas ruas de nossa terra, levando glamour, alegria e cultura através dos sambas enredos que eram apresentados a cada ano. O Bloco “Vem ni mim, copo cheio” resgatou o Carnaval cachoeirense. E a partir daí, surgiram os Blocos: “As Princesas”, “Os Fraldinhas”, “Arrebenta Cachoeira” e o Bloco do Cretinho que desfilará pela primeira vez, esse ano.
Sabemos que o Carnaval é também, um espetáculo de sambas enredos, harmonia, músicas, sons, alegorias e adereços, cores, ritmos, sambistas, passistas, destaques dos carros alegóricos nos desfiles das Escolas de Samba que proporcionam uma belíssima festa que no Brasil, atrai turistas do mundo inteiro.
Mas o Carnaval, é, para muitos, uma oportunidade para aproveitar o feriado para viajar, visitar amigos e parente sem se envolver com a folia, descansar, ler, escrever, assistir filmes, se refugiar em sítios ou fazendas, ou mesmo ficar quietinho em casa. Há ainda, os que se dedicam à oração, reflexão, nos grandes encontros da Renovação Carismática por exemplo; o Rebanhão, evento muito conhecido que reúne uma multidão nos quatro dias da festa.
ENSAIO DA BATERIA NO BAR DO CRETINHO
Em Cachoeira Alegre, mais uma vez, a Festa de Momo promete. Viviane - vereadora e entusiasta dessa festa popular – já anunciou a Banda que estará no palco para animar a festa, a ordem dos desfiles dos Blocos, a venda das camisas – abadás – do Bloco “Rebenta Cachoeira”. “Garanta já o seu e estejas pronto para viver momentos inesquecíveis e faça do Carnaval uma festa ainda mais especial” disse, ela, em suas redes sociais.
Outro recadinho para os foliões é que nesse sábado, dia 03-02-2024, às 18:00 horas, haverá um ensaio da Bateria sob o comando do ritmista Jaime, no Bar do Cretinho, que fica na Avenida Antonio Fani. Adquira o seu abadá, confeccione a sua fantasia, compareça aos ensaios; é hora de esquentar os tamborins, hora de fazer soar os tambores e soltar o grito da garganta.
Fernando Mauro Ribeiro
RECORDANDO UM SAMBA ENREDO:
O SAMBA PEDE PASSAGEM
A ordem agora é cair dentro da folia, / ponha a sua fantasia / e venha pra rua brincar.
O que eu quero, é explodir de alegria, / ver amanhecer o dia / e dançar, cantar sambar... (Amor, é hora)
Vem menina, / me acompanhe nessa viagem, /
vamos empunhar nossa bandeira, /
Fazer levantar poeira, /vamos ser felicidade.
Vem menina, /é o samba que pede passagem. Venha se banhar na Cachoeira, /
ser feliz a vida inteira, / E inundar essa cidade!
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