02 - MISSA DE FINADOS NA MATRIZ E A VISITA AO CEMITÉRIO BOM PASTOR EM CACHOEIRA
Fernando Mauro Ribeiro
2 de nov. de 2023
4 min de leitura
Um grande número de fiéis participou da Santa Missa na Igreja-matriz São Sebastião em Cachoeira Alegre. Um conterrâneo, com quem me encontrei no cemitério, depois da missa, fez uma estimativa de 200 pessoas aproximadamente. Outras centenas estarão visitando também o Campo Santo ao longo do dia. Diferentemente dos anos anteriores, já não vimos floristas vendendo flores, nem ambulantes oferecendo velas nas proximidades do Cemitério Bom Pastos. Vimos sim, pessoas com braçadas de flores, pequenos vasos, jarros e velas a caminhar pelos quadras do cemitério para depositar no jazigo perpétuo de seus entes queridos aqueles adornos e ofertar-lhes uma prece.
Em sua homilia, Padre Márcio disse que o Dia de Finados é um momento de reflexão e de orações em favor dos nossos entes queridos, e que ao contrário do que muitos pensam e dizem, não há nisso nenhuma superstição. Nossas orações fazem veneração àqueles que nos antecedem no céu e também de acordo com a Palavra que nos foi dirigida hoje, olhar um pouco para a nossa vida, nossa conversão. A nossa religiosidade muitas vezes, é carregada de elementos apocalípticos e fantasiosos. Imaginamos que um dia o mundo acabará, e que Jesus Todo poderoso descerá do céu com seus anjos ao toque da trombeta e vai atear fogo sobre a terra... Mas digo para vocês: o fim do mundo acontece quando morremos.
Quando dermos o último suspiro, nossa vida terrena se encerra ali; é portanto, para nós, o fim do mundo. Desde o princípio do mundo que se acredita que Deus virá, que haverá um final, mas anos e anos se passaram e o mundo aí está. De acordo com a Palavra de Deus, o fim do mundo, é quando nos despedimos dessa vida. A criação do Pai não vai acabar. O evangelista João nos diz que Deus ressuscitará aquele que tiver uma vida correta, digna neste mundo. Afinal no que consiste essa ressureição é a nossa passagem deste mundo para Deus, O Pai Celeste é tão misericordioso que, se formos merecedores, Ele nos levará – como nos assegura a 1ª leitura – para vivermos um banquete de ricas iguarias, ou seja; vivermos eternamente com Ele.
Ao contrário, se não ressuscitarmos para Deus, pereceremos no fogo do inferno. Essa decisão se dá aqui e agora, de imediato e, é de pouco a pouco, de acordo com nossas atitudes, nossas escolhas que vamos construindo a nossa ressurreição, ou seja: o estar com Deus.
Padre Márcio mencionou aquela passagem bíblica entre o rico e Lázaro, quando o rico do outro lado do abismo e o pobre com Abraão. Então o rico pede a Abraão que mande Lázaro avisar aos seus familiares e amigos; mas Abraão responde: Olha, não há mais jeito. Eles têm as leis e os profetas, que os escutem. Podemos evitar padecer os tormentos eternos, nossa vida é tão efêmera, tão pequena, por que não vivermos bem todos os dias, sem grosserias, sem ciúmes, sem mesquinhez. Façamos isso para que possamos ser ressuscitados um dia, para contemplar um dia a face de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos
Porém, não há maior alegria maior do que aquela que experimentam os ressuscitados que se encontram na presença do Senhor e não no eterno tormento. Então, também no Dia de Finados, recordamos aqueles que já partiram dessa vida, devemos rezar pelos mortos para que possam encontra a misericórdia de Deus. A Igreja nos diz que devemos rezar por aqueles que estão no Purgatório, isto é, por aqueles que estão em um estado de purificação da alma.
Existem Céu, Purgatório e Inferno. Padre, onde está escrito isso, se me perguntares, eu lhes direi que, numa revelação a Santa Maria de Alacoque, em uma conversa, num encontro com o Sagrado Coração de Jesus. Jesus diz à Santa Maria de Alacoque, na França, que reze pelas almas do purgatório para que encontrem paz com Deus e em Deus. Rezemos, portanto por aqueles que partiram dessa vida para que encontrem misericórdia diante de Deus, que encontrem um lugar onde não há mais dor e nem sofrimentos, mas tomem parte no banquete de ricas iguarias.
Olhando também para nós, roguemos a Deus para que Ele nos dê a conversão necessária, para que também nós, um dia possamos contemplar a face de Deus.
A morte é uma contingência humana. Ou seja, faz parte da fragilidade do ser humano. É o ciclo da vida. Portanto, todos nós morremos. Como nos ensina o Livro de Eclesiastes: “Debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa: Tempo para nascer e tempo para morrer”. (Ecles 3. 1-2). Pensemos nisso, vivamos nossa saudade, pois sabemos que a morte de pessoas amadas enche de tristeza o coração dos familiares, dos amigos, dos conhecidos, dos entes queridos. São muitas as causas de morte, mas a dor é sempre a mesma: a dor da ausência, não importa a idade, pois idosos, jovens ou crianças estão carregados do mesmo amor. Por isso, com profundo amor e fé, elevemos o coração em prece ao Deus da Vida e a seu Filho, vencedor da morte e redentor de toda a humanidade. Que todos os falecidos, pela misericórdia de Deus descansem em paz e recebam a vida eterna.
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