Que também os responsáveis pelas instituições públicas promovam e defendam a paz. Quase vinte anos depois dessa exortação de nosso então Papa João Paulo II sobre a Paz, o mundo ainda está em guerra, Ucrânia e Rússia se digladiam, Israel e Palestina se enfrentam e centenas de vidas são ceifadas nesses embates absurdos, promovidos por homens inescrupulosos em nome da ambição desmedida. Esquecem de que Deus é Amor.
Deus é amor, mas o homem está em guerra. Esquece que para fazer acontecer o Reino de Deus aqui na terra, é preciso que a riqueza dos dons que o Espírito Santo oferece à Igreja faça crescer a justiça e a paz no mundo.
O Papa João Paulo II disse que a justiça e a paz no mundo são desafios preocupantes para a humanidade de hoje, pois esse bem supremo é condição para a conquista de muitos outros bens essenciais.
A paz é o sonho de todas as gerações. E o pesadelo da guerra que gera vítimas inocentes, origina muitos outros males. A falta provoca injustiças que por sua vez nutrem os conflitos e alargam a muralha que nos separa da paz (cf. Discurso ao Corpo Diplomático, 10-01-2005).
No mesmo discurso, o hoje São João Paulo II recordava que a comunidade internacional dispõe de muitos meios para alcançar a paz. Porém, acrescentava, “para construir uma paz verdadeira e duradoura neste nosso planeta ensanguentado é necessário uma força de paz que não retroceda ante nenhuma dificuldade. Força que o homem por si só não consegue construir nem conservar: é um dom de Deus”.
É a fortaleza que devemos pedir ao Espírito Santo, pois foi Cristo que no-lo enviou, para nos revelar o Deus do amor e da paz. “O Senhor que treina minhas mãos para a batalha, meus dedos para o combate” Salmo 144-143). “O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz”.
“Deus é amor”. (1João 4, 8-16), e o Amor é o primeiro dom. ele contém todos os demais. Este amor, Deus o derramou em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado (Romanos 5,5). E, conforme a promessa de Cristo, ele nos ensinará todas as coisas” (cf. Jo 14,26).
Ele nos ensinará que a paz é fruto da justiça; que não é mera ausência de guerra ou equilíbrio entre as potências adversas; que não haverá paz sem desenvolvimento, solidariedade, partilha de bens, livre comunicação e respeito entre os povos e as pessoas, que o caminho da paz requer reconciliação, amor e perdão. “O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra.
Caríssimos, vivendo nessa esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura e sem mancha e em paz” (2Pedro 3, 13-14). Idêntica esperança já o salmista cantara: “Misericórdia e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam. A verdade brota da terra e a justiça se inclina do céu”. (Salmo 85 [84] 11-12).
Que a Virgem das Dores, a Rainha da Paz, que gerou o “Príncipe da Paz”, nos torne dóceis como ela ao Espírito Santo, para que desponte na terra “o reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz” (Prefácio da Festa de Cristo Rei).
Fernando Mauro Ribeiro baseado em artigo de São João Paulo II (Fonte: Mensageiro do Sagrado Coração – maio de 2005)
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