Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Já não tenho tempo para lidar com as mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com as injustiças e os invejosos que querem a qualquer custo derrubar o outro.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Detesto fazer acareação de desafetos que brigam pelo majestoso cargo de ‘general da banda’: “Aqui, quem manda sou eu”! Não consigo admitir a vida sem o diálogo, mas há pessoas que não debatem conteúdos, apenas rótulos, poder. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Cada um de nós tem duas vidas. Uma é a vida verdadeira, a outra é uma ilusão que nasce da nossa fantasia e se alimenta de duas coisas: das opiniões que temos sobre nós mesmos e do que os outros acham de nós.
Lendo, outro dia, Márcio Mendes, em “A luta de cada dia”, gostei da reflexão que o autor faz sobre a humildade: “ É triste que ao invés de cuidar de quem somos de verdade, gastamos até a última gota de nossas forças para enfeitar e proteger a imagem que temos de nós e que não corresponde à realidade.
Fazemos questão de publicar nossas qualidades, as coisas boas que fazemos, as vitórias que alcançamos, só para fazer com que as pessoas pensem coisas bonitas e grandiosas a nosso respeito. Se fosse apenas isso, já não seria bom, mas o negócio não para por aí.
Muitos são capazes de ir ao extremo de se rebaixar se acreditarem que com isso vão causar boa impressão nos outros; alguns sujeitam-se às piores vergonhas, desde que as façam parecer gente de valor.
Há outras que vão mais longe, colocando-se até em perigo de morte, tamanho é o desespero para serem notados e aplaudidos.
Estão na contramão da humildade. A pessoa humilde está empenhada em “ser”, não em “parecer”. Sua busca é pelo que é verdadeiro. Busca, sim, o que realmente o que importa a uma pessoa boa e temente a Deus, pois ser humilde é ser humano.
E para não esquecermos disso, é bom saber que tanto a palavra “homem” quanto a palavra “humilde” têm sua origem no mesmo termo húmus, que significa terra, chão.
A humildade nos põe com os pés no chão e nos faz viver na verdade. Tanto é que São Paulo, em algumas passagens se refere à humildade como sabedoria, e, em outras, como sobriedade.
Paulo instiga aos que seguem Jesus a não terem de si mesmos uma impressão errada e exagerada, e sim uma ideia sóbria, justa, que corresponda à verdade.
Em outras palavras, seu conselho é que o homem de fé caminhe em direção às coisas humildes. Pois, para a Palavra de Deus, uma pessoa só é sábia quando é humilde, e só é humilde quem é sábio. Quem desce do pedestal e se humilha, aproxima-se da verdade, aproxima-se de Deus”.
Então, meus amigos e estimados leitores. Depois de um longo período ausente, estou de volta à terrinha, onde as caminhadas penitenciais acontecem às cinco horas da matina, com uma boa participação dos fiéis; quando as obras de nova iluminação e rebaixamento de gesso no teto da matriz de São Sebastião seguem ininterruptas; também na esfera pública, sabe-se que o município está caminhando sob a nova administração municipal; que nas redes sociais, eleitores ainda se digladiam... um enfrentamento desnecessário, a meu ver, pois creio que devemos somar forças e não dividir, já que o progresso do município deve ser o objetivo de todos.
Caminhando por Cachoeira, percebi as ruas com nova iluminação – lâmpadas de lead – e limpas, coleta de lixo regular; como Cecília Meireles, pedi desculpas à folha seca por não poder cuidá-la, é folha de outono voante pelos jardins de nossas cidades, pelo jardim de minha mãe – em nosso quintal – onde a saudade é a melhor parte de mim e, sigo por este caminho outonal, pois esta estação simboliza transição, o equilíbrio, a renovação e a preparação para o futuro.
É a passagem entre o verão e o inverno. Os Ipês estão floridos, outras árvores perdem as folhas para conservar a energia e fortalecer as raízes. O outono nos convida ao recolhimento e à reflexão. Uma de suas características é a redução gradativa das temperaturas diárias, que passam de elevadas a mais amenas e pela incidência de ventos.
Estamos ‘juntos e misturados’ é uma gíria que está se perpetuando. Logo, a usei aqui, para concluir com mais um parágrafo, esse editorial que já me parece bastante extenso.
Então, juntos, misturemos emoção, informações, entretenimentos, questionamentos, partilhas em mais uma edição desse Novo Tempo, lembrando que: “quem se conhece de verdade, não se tem em alta conta, não se fia em seu parco conhecimento, nem vive correndo atrás de aplauso. Boa leitura!
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