Não há dúvida de que vivemos tempos difíceis, numa guerra espiritual e física; o bem contra o mal. Os valores da família sendo atacados diariamente, as pessoas se deixando levar pelos valores do mundo e se esquecendo dos valores do Reino de Deus. Um presidente irresponsável e despreparado. Difícil esquecer a comemoração insana de Bolsonaro, pouco se importando com a morte do voluntário, totalmente obcecado pela disputa da primazia do lançamento da vacina redentora da Covid-19 com o governador paulista, João Dória, revela o grau de imaturidade de nosso presidente que coloca em risco milhares de vidas em nosso país. A vacina está sendo distribuída, há um número pequenos de vacinados, falta insumo para a preparação das vacinas que abastecerão o nosso país, viabilizando o processo de imunização, mas o presidente e seu ministro da saúde “não estão nem aí”. O que poderia ser resolvido num curto espaço de tempo, se estende por dias a fio, enquanto o número de óbitos só aumenta a cada dia. Há pessoas morrendo asfixiadas por falta de respiradores, falta de oxigênio nos hospitais.
Há também pedidos de impeachment do presidente, o povo sai às ruas manifestando o mesmo desejo, fala-se em greve dos caminhoneiros e nas redes sociais há comentários do tipo: “Bolsonaro não sabe usar a diplomacia, não tem inteligência suficiente para argumentar com lógica e coerência, parte logo para o confronto, é irresponsável no que diz e no que faz, é grosseiro, mal-educado, desbocado, diz palavras obscenas, não tem classe e muito menos finesse. Ele não representa o povo brasileiro, pois somos simples, afetivos, educados e gentis. É atrasado intelectualmente, usa a força bruta por falta de argumentos”.
Há também os que defendem o presidente a qualquer custo. Para esses, o Jair Messias é o Mito, está sofrendo perseguição, é o mais puro exemplar de honestidade desse país e outras tantas virtudes que seu séquito de apoiadores, vêm. É assim que iniciaremos fevereiro, o segundo mês desse 2021. Tomara que não!
Seria tão produtivo se entendêssemos que política não se faz com ódio nem ressentimento, que somos instrumentos da paz na medida em que nos desarmamos para a busca do diálogo. A paz é fruto de uma conversão. E conversão significa mudança, converter para um ponto, priorizar outro caminho, o da concórdia. Queridos, terá início no dia 17 desse mês, - na Quarta-feira de Cinzas - o período da Quaresma, com os apelos de vivermos intensamente a oração como caminho de união de vida com Deus.
Em virtude da pandemia, esse ano não teremos a Folia de Momo. Nossa vida não é um carnaval constante. Não há como justificativa dizer que o ano só começa depois do carnaval. Seria bom que nesses dias, nos preparássemos para celebrar dignamente os mistérios da Morte e Ressurreição de Jesus. Portanto, a Quaresma é por excelência o tempo propício à conversão e reconciliação com Deus. Importante sempre, lembrar que o Sacramento da Reconciliação tem um apelo um apelo muito forte neste tempo, convidando-nos a fazer a experiência da misericórdia divina através do perdão.
Meu caro leitor, vamos fazer de conta que o Ano está começando hoje e que o chamaremos de Ano Novo da Esperança. Topas iniciar comigo o ano de 2021 agora? Porque eu preparei outro texto e eu gostaria de iniciar de outra forma esse editorial. Eu o faria assim:
1- Cada ano que surge vem carregado de sonhos e esperança. Viver é esperar. E esperar é viver. A esperança é fundamental. Faz parte da existência, faz parte do homem. Humilde e poderosa, a esperança impulsiona todos os empreendimentos humanos, alteando-se como mola do progresso e segredo de todas as vitórias. Como deve ser lancinante e pesado peregrinar no tempo sem esperança... se viver com esperança já é tão áspero, difícil e complicado!
Somos andarilhos em marcha, criaturas que buscam. Toda busca traz uma esperança. Na semente jogada no solo, no time que entra em campo, no curso que o estudante frequenta, na cirurgia que se realiza, na prece que rezamos: em todos estes gestos, alguma esperança se esconde. Esperança de um bem que você almeja, de um sonho que você acalenta, de uma resposta que você procura, de uma solução que a gente persegue.
Sentimento universal, a esperança é um tema eterno da literatura, do cinema e das artes, que os poetas cantam, os artistas pintam, os escritores navegam e os místicos salmodiam. Tema eterno, porque o ser humano não vive apenas de esperança. O ser humano é esperança.
2 – Houve uma noite, há mais de dois mil anos atrás, que repartiu o calendário em duas partes: o que era antes e o que veio depois. Desde que uma criança nasceu no silêncio daquela noite feliz, em Belém, e trinta e três anos depois um lenho ensanguentado alteou-se no alto do Gólgota... desde então uma grande estrela desenhou-se no firmamento da História: a esperança cristã que sustenta as pequenas-grandes esperanças humanas, incendiando de alegria, de fé, de otimismo e júbilo pascal os horizontes da humanidade.
3 – Temos sede e nostalgia. Nostalgia de algo perdido. Sede de algumas coisas que procuramos: luz, esperança, aconchego, ternura, respeito, voto de confiança, rumos mais certos e ensolarados, felicidade, justiça, realização.
A alegria existe. Cabe-nos descobri-la. A esperança cresce em todos os caminhos. Basta estender a mão para colhê-la, suavemente. Sonho e realidade se entrelaçam em nossa existência. Sonhamos à noite. Sonhamos de dia. O sonho de um São Francisco, irmão das aves, irmão das flores, cantando alegre o que hoje todos cantam milhões de vozes: Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz!
Senhor, Deus da bondade, ajuda-me, a equilibrar, com sabedoria, os sonhos e a realidade, a rotina e o novo, as sombras e a claridade que tecem o pano do meu dia a dia de peregrino da Esperança, a caminho da eternidade. Boa Leitura a todos!
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