Na primeira matéria – Calendário - de todas as edições, costumo dizer algo sobre o tempo. O tempo cronológico, o tempo que nos rege, esse tempo que não para. O tempo cronológico apresenta valores, acontecimentos e medidas, mas o tempo real de fato não para nunca. Ele segue ocasionando transformações. Veja que, já iniciamos o mês de março. Ainda outro dia, era chuva, chuva e chuva. Enquanto trazia notícias sobre as enchentes, os rios a transbordarem também aqui na nossa região; eu pensava: “Até que venham as águas de março fechando verão, muita água há ainda de passar por baixo e por cima dessas pontes”! As chuvas cessaram, as estradas de Cachoeira permanecem intransitáveis, os Blocos passaram na minha rua, o carnaval já se foi em meio aos riscos da pandemia, ao riso, a irreverência e as alegrias.
Entendamos, no entanto, que o bom ou o mau tempo, depende de nós. O tempo pode estar fechado, mas, se o sorriso estiver aberto e o coração cheio de fé, a vida continua colorindo os nossos dias. Os tempos e dias de penitência têm início hoje, com a quarta-feira de Cinzas. Esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum, a esmola, a partilha fraterna. Nossa missão, além de informar, é também evangelizar, por isso, incentivamos a prática da caridade e da esmola, da oração pessoal e comunitária, do sacrifício através de jejum, visando sempre o crescimento espiritual de cada pessoa.
Ao iniciarmos esse período quaresmal em meio a tantas situações inusitadas que o mundo está vivendo, podemos meditar e nos perguntar: Em que o mundo está se transformando? Para onde caminha a humanidade? O ano passado, pensávamos que tudo iria passar e que tudo seria diferente. Mero engano! Tudo continua como antes em relação à pandemia e, pode-se dizer com certeza, que piorou com a estupidez da guerra, quando assistimos estarrecidos a Rússia bombardear a Ucrânia.
É inadmissível que na era da tecnologia e da comunicação, as pessoas não se comuniquem, os líderes não dialoguem, não busquem meios civilizados de resolverem seus conflitos, suas questões. Aqueles que dizem representarem o povo, arvoram-se deuses e senhores, arquitetando e pondo em andamento seus ambiciosos projetos para controlar o mundo, numa desenfreada busca de poder para serem os “donos do mundo”, os controladores da humanidade. Ignoram que essa insaciável sede de poder fere, abre feridas na alma e mata o povo que eles dizem defender em nome da paz. Que paz é essa? Como se chegar a ela, se há diálogo e ninguém quer ceder?
Não aceitam a soberania do verdadeiro Deus, o Criador do céu e da terra e de tudo o que nela contêm. Senhor da vida e da morte, da saúde e da doença, da riqueza e da pobreza, o princípio e o fim de todas as coisas. Esse Deus que veio para os seus, mas os seus não o receberam, não o reconheceram como único Senhor e que, apesar de condenado pelos que se julgavam grandes, poderosos e sabedores de tudo, venceu a morte.
O Salvador esperado por séculos pelos judeus não foi recebido ou acolhido pelos doutores da lei e das escrituras, que, de corações endurecidos e cegos, só tinham uma saída: crucificá-Lo! E parece que a experiência não foi suficiente, querem eliminar Deus. Quanta pretensão! Mais uma vez, esses vaidosos, orgulhosos e arrogantes querendo ser deuses, tomar o lugar de Deus, querem controlar o mundo segundo seus critérios e suas mentalidades. Parece que a humanidade caminha rumo a sua destruição. Querem mais uma vez, destonar Deus e calá-Lo.
Estamos iniciando mais uma edição do jornal da nossa terra, o portal Novo Tempo, mais um mês do calendário de 2022, mais uma Quaresma e convido-o a ficar conosco, pois falaremos da Quaresma, do Dia de São José, das Vias Sacras, que têm uma longa história nas celebrações de Jerusalém; do Dia Internacional da Mulher, na esperança de que Deus suscite outras tantas mulheres virtuosas para trazer liberdade, proteção e ajuda aos oprimidos do mundo, e principalmente as mulheres de hoje, vítimas de todo tipo de violências, à semelhança das mulheres do passado. Dia Internacional da Água: uma data de muitos questionamentos, sobretudo, pela falta dela. Dia Mundial da Oração, Dia do Telefone, Dia da Escola, Dia da Poesia, Dia do Circo e nossas colunas fixas quando falaremos de Música, Futebol e Saúde.
Que sejamos fortalecidos na fé, esperança e caridade, à espera de um Deus que vem por ordem, onde impera a desordem e o pecado que ofende o Seu Coração Manso e Humilde, que tanto nos ama. Que participemos de todas as atividades, celebrações de nossas paróquias. Que Nosso Senhor dos Passos, que tudo vê, tudo conhece e tudo entende, venha caminhar conosco e não deixe nem um de seus fiéis desamparados. Que Nossa Senhora das Dores alcance, para cada um de nós, as graças que necessitamos; que caminhemos meditando nas dores de Seu Filho Jesus, firmes como ela, passando pelo caminho do Calvário, até aos pés da Cruz, para juntos, celebrarmos a Sua Ressurreição. Faça-nos mais uma vez, companhia ao longo desse mês e uma Boa Leitura!
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