01 - ANIVERSÁRIO DO PORTAL NOVO TEMPO. A ESPERA DAS PRIMEIRAS FLORES DA PRIMAVERA
Fernando Mauro Ribeiro
1 de set. de 2022
3 min de leitura
Ausente a alguns dias de nossa Cachoeira Alegre, mas, tendo o leitor sempre por perto, encontro-me ainda em Palmas, no Tocantins, em visita ao Jalapão e Serras Gerais, já quase me despedindo dessa extraordinária viagem, no conforto de um flat no “103 Hotel & Flats”, - Quadra 103 Sul, Rua S.O – 01 – Lote 36 – tenho à minha frente, sobre a escrivaninha, papel e caneta e o desafio de vencer o cansaço para escrever o Editorial de setembro. Vamos, pois, a ele:
Estou à espera. Das primeiras flores da primavera. Brigo com o vento que desalinha meus poucos cabelos. E passa ligeiro sem se importar. Na nossa Zona da Mata Mineira, vivemos a expectativa da chuva que não cai naquele solo, há cinco meses. O campo, antes verdejante, encontra-se amarronzado, as cidades, os jardins sofrem, as azaleias de minha mãe estão sedentas, os antúrios, ressequidos, as roseiras, quase sem vida. A chuva virá no momento oportuno e fará o verde brotar e trará as flores em seus matizes aos canteiros dos jardins. O nosso Agricultor Celeste, nosso Divino Jardineiro nos dará a chuva a seu tempo e nos devolverá o verde da esperança, florescerão os campos, tudo se fará vida e cantaremos a Ele o nosso canto de gratidão. Estou à espera. A primavera há de vir. Cantarei a minha liberdade.
Sei que os tolos riem de minha ousadia. Da crença em meu sonho. Da teimosia e paixão do meu ser. O horizonte parece longe. Mas eu posso chegar. Tenho ruas e atalhos. Estradas tão minhas por onde passar. Quero os pés descalços e alma lavada. O abraço, agasalho da paz.
Quero os campos da inocência. Da fruta madura ao alcance das mãos. Quero amarrar com pedaços de fitas o luar.Atirar meu retrato nas águas da fonte. E ver boiar a minha vida. Num doce velejar. Quero de volta todos os beijos que dei. As paisagens que perdi. Todas as coisas simples e mágicas. Como um castelo no ar.
Leve é a espera. Como dançarinas nas pontas dos pés. Como folhas de outono que se soltam no ar. Silenciosa como as sombras, é a dor que mora n’alma. Das distâncias infinitas trazendo para dentro. Na introspecção do ser.
Rosas vermelhas, enfeitam a sala. Nesta hora de espera. Papéis sobre a mesa. Dedos ágeis digitam. Releio as matérias. Ponto final de mais uma edição de aniversário. As lembranças continuam vivas. Os ventos não mudam. E todos riem de minha ousadia. Porque resisto. Sempre à espera de uma nova primavera.
Com as primeiras flores quero enfeitar a minha santa tristeza. Agradecer ao Senhor da Vida.Abraçar a minha saudade. E amarrar com pedaços de fitas, o coração do leitor, que é a razão de nosso trabalho e agasalhar a doce lembrança de uma noite calma e serena de setembro que entrei pela madrugada a embalar o sonho de se se fazer um Jornal em Cachoeira Alegre. Iniciei pelo Editorial, e foi a partir daí, que tive a certeza de que o sonho era possível. Aliás, já não era mais sonho, nascia ali a primeira Edição do Jornal Novo Tempo.
O leitor mais atento, sabe que esse informativo, circulou na forma impressa, durante dez anos 1995-2005. Depois, migramos para a mídia digital e desde então, o fazemos na plataforma, com o site: portalnovotempo.com.br.
Radar – setembro de 2000 – Portal – julho de 2014
Rosemary Lopes Pereira – Fernando Mauro Ribeiro 2022
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