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EDITORIAL: PARECE QUE FOI ONTEM

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 1 de dez. de 2021
  • 3 min de leitura

Parece que foi ontem que eu partilhava com um amigo, como foram os meus natais desde pequeno, quando ao lado dos meus irmãos, vivia a expectativa do presente de Papai Noel; dos natais da juventude e por fim, do homem adulto... eu falava também do último Natal. É tudo tão recente. O ano era 2020. A saudade do meu pai ainda doía. Afinal, seria o primeiro 25 de dezembro sem ele. A mãe estava ausente – mas ela havia de voltar – o presépio fora montado, a casa estava decorada com motivos natalinos; adquirira os “livrinhos” para celebrarmos a Novena de Natal... dizíamos uns para os outros: nossa mãe estará conosco na noite de Natal.

Recordo-me que durante o dia, as pessoas me perguntavam: “E Dona Zuleica, como está”? Ela estava intubada, infectada que fora pelo vírus da Covid-19, no leito de uma UTI. Rezamos com poucas pessoas e com muita saudade, o último dia da Novena.

Mais tarde, na noite de 24, depois de participar da Santa Missa, novamente, outras tantas pessoas me interrogavam: “E sua mãe, como está passando”? Nossa! Como me senti amparado por Deus naquele momento. O carinho, o acolhimento, o sorriso contido, o temor talvez, de uma resposta nada satisfatória. Eu havia conversado com Deus: “Senhor, tudo está em tuas mãos; sei que estás no comando da situação”. E era mais ou menos isso que eu dizia também para aquelas pessoas: “Deus é quem cuida de tudo e de todos nós”!

Já em casa, sozinho, chorei, rezei, dormi lembrando do carinho e da forma do acolhimento recebido. Mesmo sabendo do quadro complicado de mina mãe, de uma doença que pouco se sabe, da situação angustiante da espera, onde as informações são sempre truncadas, ou então se dizia: melhorou a saturação, está na mesma! Mas mesmo tendo conhecimento do quanto era sério o estado de saúde de minha mãe, eu só agradecia, porque tudo estava nas mãos de Deus.

Agora, por exemplo, penso nas pessoas que encontrei, no cheiro de hospital, das emoções... as lições daquele natal estão guardadas para sempre comigo. E assim, depois de mais um ano difícil, de muitas dúvidas, preocupações, distâncias e separações, abismos que a pandemia cavou, já começo a olhar para o Natal que virá. Será certamente, um Natal diferente. Mas, esperado, íntimo e familiar. Muitos não poderão estar presentes e vamos encontrar-nos apenas de longe.

Façamos, então, deste Natal uma festa nova, saboreada e vivida. Iluminada da alegria que brota dos bens do Senhor, bens da terra e do céu. Deus nos ama, seu Filho faz parte de nossa família, nada nos pode separar. Estamos unidos pelo amor, lembramos na saudade de tantos e de tantos momentos. Olhamos para o futuro e a vida que germina e cresce ao nosso redor.

Não faz mal se, entre os sorrisos e abraços, surgir uma ponta de tristeza. Poderá ajudar-nos a lembrar que ainda haveremos de nos alegrar num Natal sem fim, o Natal de Jesus e o Natal de todos nós, num eterno dia 25 de dezembro.

De tudo isso, queres saber a lição que ficou? Natal não é mesa farta, não são presentes, roupas novas, árvores artificiais e presépios, embora tudo isso possa contribuir para celebrarmos. O verdadeiro Natal é o VERBO que se fez carne e habitou entre nós! Natal é o acolhimento de nossa fragilidade por Deus. Não importa quem somos ou como estamos. Deus nos ama e enviou seu Filho para nos salvar.

Aprendi tanta coisa no último Natal e quero guarda-las, mas também partilhá-las: ame, dê pão a quem tem fome, abrace, perdoe, viva o verdadeiro Natal! Chorando ou sorrindo, o Natal acontece quando estamos unidos a Jesus. Obrigado, Senhor, por todos os anjos que encontrei nos momentos de manjedoura ou de calvário. Sua fidelidade e amor nunca nos abandonam.

Feliz Natal! Feliz Ano Novo! E continue conosco ao longo desse 2022 que se avizinha. Boa Leitura!

O Editor.

 
 
 

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