17 - CAPELAS, ALTARES E PRESÉPIOS

“Vinde cristãos, vinde à porfia, vinde com eles a Belém, vinde correndo, pressurosos, o Salvador enfim, nos vem! Glória, glória, glória a Deus nas alturas.

Foi numa noite venturosa, o nascimento do Senhor, que anjos de voz harmoniosa, deram a Ele seu louvor.

Glória, glória, glória a Deus nas alturas”!

Esse canto, entoado no período natalino, desperta em mim, o desejo de sair realmente apressado ao encontro do Menino-Deus. Assim, tenho observado mais atentamente, os presépios e, em alguns deles, a manjedoura está vazia. Isso faz sentido, já que o Salvador nasce na noite de 24 de dezembro. Em um desses presépios, vi, na manjedoura, ao invés de Jesus, a Bíblia Sagrada. Que riqueza, pensei! Que atitude sublime, pois, lá está Jesus. “No princípio era a palavra, e a Palavra se fez carne e habitou entre nós”.

Jesus Cristo é a Palavra, a imagem de nosso Deus, é Caminho, Verdade e Vida, a Caridade suprema. A Palavra, com a nossa fé, como o grão de mostarda, cresce, transforma nossa vida e o mundo ao nosso redor. Esse grande-Pequenino, que nos é dado na noite de 24 de dezembro, será chamado Rei, e Ele, de fato, reinará sobre tudo e todos. Por isso, diante de cada presépio, contemplando a realeza de um Deus que, nasce numa estrebaria, num simples e humilde estábulo, meu coração se alegra e minha alma faz uma festa. Porque, entendo que, o Menino-Deus, veio para todos, nasceu para pobres e ricos, não repousou em berço de ouro, não se sentou em tronos de glórias terrestres.

O filho de Deus se fez pobre, nasceu em Belém, o nosso Jesus, - gerado no ventre de Maria – fruto do sagrado sacrário vivo da Virgem Maria, o Deus da Luz, caminhou conosco, esteve no meio de nós, curou a muitos, de enfermidades e espíritos malignos, devolveu a visão aos cegos, fez o mudo falar, recuperou dos surdos a audição, fez o paralítico andar... Que Cachoeira Alegre seja a nossa Belém, que o Filho de Deus nasça em cada um de nós.

Meus amigos, diante de um presépio é sempre oportuno que, façamos uma reflexão. São Francisco de Assis, foi quem primeiro montou um presépio. E não o fez por acaso. Aquele que conversava com o sol, com a lua, árvores e aves e chamava à morte também irmã, quer que meditemos realmente sobre esse cenário, esse fato que ocorreu a 2021 anos atrás, mas, que sempre, ao final do ano, traz uma luz de esperança para os nossos frenéticos dias, a nos ensinar que é tempo de transformar o rancor e a desarmonia em união e fraternidade, em paz e concórdia. O aparentemente frágil Menino, com seu amor, visita nosso frágil e às vezes, egoísta coração, com o desejo de fazer dele a morada de vossa misericórdia, templo de compreensão e afeto.

Cantando, rezando, meditando, caminhemos até Belém, passemos pelos presépios que se estendem diante nós: nas praças públicas, no abandono das marquises, embaixo dos viadutos dos grandes centros... ali encontraremos o Filho de Deus, repousando, não em faixas, mas em pedaços de papelão, com frio, sede, fome, mal-trapilho, malvestido. Observemos, porque Ele está entre nós, e nós não o reconhecemos, nós o desprezamos.

Que nesse tempo do Advento, período que, temos ainda, antes da Grande Noite, cantemos com o nosso coração cheio de verdadeiro desejo de que: “Das alturas orvalhem os céus, e que das nuvens chovam justiça, que a Terra se abra ao amor e germine o Deus Salvador”. Assim, faremos ressoar, ao longo de 2022, o suave “Noite Feliz”. O canto dos Anjos, se juntará às nossas vozes e ecoará no universo, como naquela extraordinária noite, diante da estrela que guiou os Magos: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade”!

Fernando Mauro Ribeiro

Observação: Presépios da Matriz São Paulo, Capela do Colégio Santa Marcelina, em Muriaé; Capela de São Pedro (Família Ribeiro) e Igreja-matriz São Sebastião em Cachoeira Alegre; Aparecida e Cachoeira Paulista – SP. e Paróquia São Marcelino, Rio de Janeiro