22: DIA DO FOLCLORE - HISTÓRIAS MÍSTICAS JÁ ASSOMBRARAM CAHOEIRA ALEGRE
- Fernando Mauro Ribeiro
- 22 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de ago.
Em todos os tempos e lugares, pessoas juram que já foram tomadas por algo estranho, sobrenatural, Cachoeira Alegre também teve seus momentos místicos.
No tempo da escravatura, as babás e as mães-pretas inculcavam nas crianças a existência destes fenômenos. Até mesmo senhores de escravos temiam a aparição de algum ser sobrenatural. Os habitantes das cidades, por influência de serviçais negros, diziam-se vítimas de aparições inimagináveis. Minha vó paterna passava alguns desses “fatos” (ou seriam causos?).
Era comum ouvir dos mais velhos relatos desse tipo. Dizia-se que, no período da quaresma, principalmente, as chances de esses fenômenos acontecerem, eram muito maiores. Bastava anoitecer e estabelecia-se o medo. Depois de os ponteiros do relógio acusarem meia noite, os riscos eram maiores e o medo se intensificava. Um animal que passasse a trote, ou em disparada) pela rua principal, já seria a tão temida mula sem cabeça.
Muita gente afirmava ter visto a mula sem cabeça galopando pelas ruas de Cachoeira Alegre. Ora descendo a Padre Messias, passando pela Mario Ribeiro no sentido Palestina. Ora surgindo da Palestina, passando pela Mario Ribeiro, Manoel Fernandes, Padre Nonato e seguia rumo a Barão de Monte Alto, soltando fogo pelas ventas e causando morte e destruição por onde passava.
Hoje me pergunto como essas mulas andavam e galopavam se não tendo cabeça, também não teriam olhos? Quem pode afirmar que o destino desses animais era Barão? Será que no trevo da Guarita, eles não poderiam seguir para Muriaé? Por que essas mulas sem cabeças se dirigiam para a Palestina e não para Bom Jesus ou Silveira Carvalho? A algumas dessas perguntas, eu mesmo respondo em tom de brincadeira, claro.
Optavam por seguir para Palestina e não para Bom Jesus, com medo de serem atropeladas ao atravessarem a BR 116.
Não iam para Muriaé porque, já cansadas optavam por Barão, mais perto, um percurso menor.
Silveira Carvalho não era rota aconselhável talvez, pelo risco de serem arrastadas por alguma locomotiva na travessia da linha dos trens ferroviários.













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