Tristezas e angústias costumam se intensificar para muitas pessoas nessa época, mas [sempre] há saídas.
É o tempo de comemorar o nascimento de Jesus, de reunir a família, de renovação e comunhão. Na rua, casa e lojas decoradas, além do som que lembra todo o tempo que, sim, “então é Natal”. É um momento só de alegria. Certo? Nem sempre. São dias também difíceis para algumas pessoas, cheios de angustias e de tristeza.
Os momentos de baixa são comuns, inclusive, para os cristãos, mesmo entre os que reconhecem a importância da data e expressam sincera gratidão pelo que ela representa. Como explica o Pe. Maurício Gomes dos Anjos, reitor e pároco da Paróquia Santuário do Sagrado Coração de Jesus, em Curitiba (PR) que também é formado em psicologia, essa demanda no fim do ano, sempre existiu, especialmente entre as pessoas na fase adulta.
São sentimentos, por vezes, difíceis de nomear ou identificar, ligados a situações de tristeza e saudade extremas, motivadas por lembranças de anos em que a família inteira estava presente, quando ainda não havia perdas de entes queridos, distâncias geográficas ou até rompimentos, por exemplo. Algo que também leva a essa sensação de frustrações pelo que não se conseguiu cumprir ao longo daquele ano.
“Existe uma ligação muito forte com as expectativas, porque é como se o início do ano, exigisse esses planos. Para algumas pessoas, começar um ano novo é preciso ter projetos. As pessoas são convidadas, na vida adulta, a uma produtividade maior. É quase uma exigência externa para isso. Que tenha projetos, que o trabalho vá adiante, que faça vínculos de relacionamento. E isso mexe internamente, gera muita angústia”, reforça o sacerdote.
Outra situação vem de um relato de uma assistente social, Margareth Lira, de Mossoró “RN. Mesmo sendo a responsável por reunir a família e celebrar o nascimento de Jesus, ela costuma sentir um vazio. Às vezes, me pego pensando: ‘por que esta festa com tanta comida e decoração, será que é isso mesmo? Fico triste quando penso que aquela reunião foge do que significa a data. Eu me incomodo quando esquecem de rezar e noto que, às vezes, eu também me ocupo mais com a organização”. Neste ano, ela quer fazer um encontro com foco renovado: na união e na oportunidade de relembrar histórias da família de uma forma alegre, refletir sobre tudo que passou, fazer orações e agradecer.
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