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17 - SETEMBRO AMARELO: ENTREVISTA COM O PSICÓLO, DR. DENILSON VARDIERO

  • Fernando Mauro Ribeiro
  • 17 de set.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 24 de set.

    Conforme anunciamos no início dessa edição,  em artigo de três de setembro, que traríamos uma entrevista com um profissional da área para falar sobre a Campanha do Setembro Amarelo que, tem como tema: “Conversas pode mudar vidas”, você pode conferir a entrevista com o psicólogo Dr. Denilson Vardiero para tirar possíveis dúvidas, conhecer um pouco mais sobre a prevenção do suicídio, para lidar melhor com essa realidade que atinge o mundo todo  e gera tanta dor à sociedade.

    Sabendo que o foco é reforçar que o diálogo é uma ferramenta poderosa para acolher quem sofre em silêncio, nosso objetivo é promover a conversa sobre a prevenção, levando mais conhecimento aos nossos leitores. De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS, em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média, 38 pessoas cometem suicídio por dia.

 É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise, busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.

     Nosso entrevistado é um profissional competente que falou com nossa equipe sobre o Setembro Amarelo, exortando-nos de que todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem, e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu.

  Com um rico currículo, Dr. Denilson Messias Vardiero, CRP 04/14430, é psicólogo bacharelado e licenciado pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Uni Academia. Especializado em Gestão Empresarial, Alfabetização e Letramento, Análise Transacional, Docência de Ensino Superior.

   Dr. Denilsom é capacitado em Gestão de Pessoas, Orientação Profissional, Gestalt Terapia e Programação Neuro Linguística. Atuou como professor de Psicologia para Cursos Técnicos, trabalhou como psicólogo da Secretaria de Educação  da Prefeitura de Muriaé, MG, e Escolas Estaduais.

   Há mais de duas décadas trabalha como Psicólogo Organizacional do Hospital São Paulo e como psicólogo da Clínica Quintal de Artes e Terapiade Juiz de Fora, MG. Em fase de lançamento de e books e cursos por uma plataforma digital, por sinal, bastante aguardado por aqueles que atuam na área.

 

Novo Tempo: Em se tratando de pacientes com alta tendêcia ao suicídio. Como são as sessões de terapia e os métodos utilizados?


Dr. Denilson: É importante afirmar que  os pacientes com transtornos mentais e aqueles com ideação suicida, ou seja, que já tentaram alguma vez o suicídio, ou que falam sobre sumir, se matar, que a vida não faz sentido, que se morrer não vai fazer falta, devem ser considerados pacientes com alto risco de suicídio, e devem ser acompanhados tanto por psicólogos, quanto por médicos psiquiatras, que são os únicos especialistas capacitados para tratar transtornos mentais.

 

Novo Tempo: Os métodos utilizados são?


Dr. Denilson: Os métodos utilizados e a medicação necessária seguirá critérios dos profissionais que estão acompanhando o caso e depende de cada paciente, do seu histórico de vida, de adoecimento, condições clínicas etc. Na psicologia, a abordagem cognitivo comportamental tem sido mais eficaz em relação a estes pacientes.

 

Novo Tempo: Como podemos perceber que uma pessoa esteja pensando em suicidar-se? O que fazer? Como agir?


Dr. Denilson: Pessoas com grau muito alto de depressão, transtornos mentais como bordeline, indivíduos com perdas significativas , como morte de um ente querido, falência ou desemprego ´e que apresentam depressão ou algum transtorno mental, que falam muito em morte, em sumir, e pode ser que estes indivíduos que suicidam ou tentam o suicídio demonstrem uma vida normal, participando de igrejas, indo à academia e eventos festivos, trabalhando ativamente, porém mascaram seus sintomas. Por isso, é importante ficar atento aos sinais como dizer por exemplo, que se morrer não fará falta.

 

Novo Tempo: Os números são alarmantes. Como se mostrar disponível para ajudar? Através da escuta, demonstrando empatia?


Dr. Denilson: É importante não julgar, evitar frases do tipo: suicídio é pra fraco, é falta de Deus, cabeça vazia, etc.  Frases assim podem agravar a situação e até estimular um suicídio. A empatia: acolher a pessoa, escutar e principalmente encaminhar para um psiquiatra para uma avaliação clínica. Importante também, proteger a pessoa, não a deixando sozinha e perto de objetos perfurocortantes, cordas, altura, etc.

 

Novo Tempo: Qual é a primeira ação de um profissional da saúde – psicólogo, para lidar com esse tipo de situação e salvar o paciente?


Dr. Denilson: A escuta, a empatia, protocolos para manter a pessoa viva, e a quebra de sigilo quando a vida do paciente está em risco, comunicando imediatamente com familiares sobre os riscos.

 

Novo Tempo: Trata-se de um fenômeno compléxo que afeta indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. Há um fator determinante que leva ao suicídio?


Dr. Denilson: Existem alguns grupos considerados de risco, determinados por estatística e que mostram por exemplo, que indivíduos do sexo masculino, com idade entre 15 a 30 anos ou acima dos 65, alguns grupos étnicos, ou de gênero, com transtornos mentais ou perdas significativas. Mas outras pessoa também, fora desse grupo, podem cometer suicídio, por exemplo, uma mulher de 40 anos que vivencia um histórico de violência doméstica, criança abusada sexualmente, homem de 50 anos que perdeu um emprego antigo e vê sua renda ser drasticamente rebaixada, etc.

 

Novo Tempo: Há um fator determinante...


Dr. Denilson: A sociedade atual se encontra bastante adoecida. Principalmente no pós-pandemia, e esse adoecimento está muito ligado a mudanças de valores, crises financeiras, perdas de referência, avanços muito rápidos da tecnologia e uso abusivo da internet, etc. Tudo isso vem gerando muita ansiedade, pânico e depressão entre as pessoas, e se não tratados, podem ser indicativos de suicídio.

 

Novo Tempo: Há uma taxa de suicídio mais elevada para a mulher ou para o homem?


Dr. Denilson: Indivíduo do sexo masculino entre 15 e 30 anos e acima dos 65 anos, estão mais propensos ao suicídio.


Novo Tempo: O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Há da parte do poder público, uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio?


Dr. Denilson: Muito se tem feito e vemos um progresso nas políticas públicas, principalmente da saúde mental!

 
 
 

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